Governo Federal estuda medidas para o arroz

Reuniões da Farsul, Federarroz e Irga em três ministérios, na semana passada, resultou em sinalização de medidas pelo Governo Federal para a área do arroz. Arrozeiros integrarão comissão brasileira para negociações com o Mercosul e terão liberados em algumas semanas os contratos de opções privados, entre outras novidades.

A presença em Brasília dos presidentes da Federarroz, Valter José Pötter, e da Farsul, Carlos Sperotto, na semana passada, para audiências em três ministérios para tratar da crise gerada pelos excedentes do Mercosul na área do arroz, vinho, trigo e outros produtos, poderá apresentar alguns resultados práticos nas próximas semanas.

Os arrozeiros gaúchos apresentaram ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em audiência intermediada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze, um completo quadro sobre a entrada de excedentes do Mercosul no mercado brasileiro e a preocupante situação que se apresenta para a próxima safra, com preços muito pressionados, e sugeriram algumas medidas.

O mesmo aconteceu no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, onde foram recebidos pelo secretário-executivo Márcio Fortes. No Ministério das Relações Exteriores, foram recebidos pelo ministro-substituto.

De prático, os arrozeiros gaúchos receberam a confirmação do ministro Rodrigues de que até a próxima semana deverá ser regulamentado o mecanismo de contrato de opção privado, que poderá oferecer garantia de preços ao arroz para comercialização se colocado em prática imediatamente. Nesta mesma norma, o Governo Federal poderá assegurar um prêmio de escoamento, nos moldes do que ocorre com o trigo, para a exportação de arroz.

O prêmio seria equivalente a R$ 3,00 (cerca de um dólar, pelas cotações atuais), o suficiente para resolver o problema de logística que a cadeia gaúcha enfrenta para bater o martelo na exportação de 25 mil toneladas.

Os arrozeiros pedem o prêmio para o escoamento de 500 mil toneladas, que projetam ser o excedente de arroz do Mercosul no mercado brasileiro até o final do ano. “Com este prêmio, será possível liberar boa parte do arroz que entrar no Brasil a partir de agora”, projeta Pötter. O ministro considerou a proposta viável, já que está nos moldes da proposta da cadeia do trigo que também poderá ser anunciada nos próximos dias.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio acenou para os arrozeiros gaúchos com um estudo para compensar de alguma forma o produto interno sobre a competitividade do arroz esbramado e beneficiado do Mercosul. Farsul, Federarroz e Irga, apresentaram informações que demonstram o menor custo de produção do Mercosul até mesmo na compra de insumos do Brasil e pediram o mesmo tratamento.

O Ministério das Relações Exteriores recebeu um apelo para que seja desenvolvido um estudo para disciplinar e regularizar a importação de arroz do Mercosul, e anunciou que a partir de agora os arrozeiros passam a integrar a comissão brasileira que realiza negociações bilaterais de comércio com o bloco do Mercosul, onde o problema poderá ser apresentado. “Também solicitamos ao ministro Rodrigues a liberação de mecanismos de comercialização da próxima safra em tempo hábil”, informou Pötter.

O diretor-administrativo da Farsul, Amilton Soares, destaca que a viagem do setor produtivo do arroz a Brasília teve bom resultado. “O setor cumpriu com seu dever de conscientizar o Governo Federal sobre um problema sério que começa a ocorrer com o excesso de excedentes do Mercosul que ingressa em mercado brasileiro e saiu de lá com a certeza de que os ministros tomaram pé da situação. Agora, resta-nos aguardar as medidas desta esfera governamental, enquanto estabelecemos tratativas diretas com o setor de produção do Uruguai e da Argentina”, acrescentou. A primeira reunião, no sábado, direcionou a discussão para a necessidade de exportar arroz para terceiros mercados e buscar a hegemonia de vendas para a América Latina.

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