Governo pede redução da área de arroz por escassez de água no Paquistão
(Por Planeta Arroz) O ministro-chefe do Sindh do Paquistão, Syed Murad Ali Shah, em vista da monumental escassez de água no país, pediu aos agricultores que não cultivem arroz. Isso ocorre em meio a relatos de que, em três anos, o Paquistão enfrentará uma escassez aguda de água, uma situação que deixaria milhões de pessoas e suas terras sem fôlego para produzir.
O ministro-chefe fez esse pedido aos agricultores enquanto falava com a mídia na vila de Dost Khan em Sehwan Sharif no sábado. Ele expressou profunda preocupação com a distribuição desigual da água. O disse que a água deve ser distribuída igualmente por todo o país, informou a Rádio Paquistão.
Além da inadequação paralisante no desenvolvimento de infraestrutura de água robusta, a razão mais convincente para o Paquistão se tornar um país “seco” em um futuro próximo está na liderança civil e militar do país, que investiu mais nas necessidades tradicionais de segurança e não em questões públicas urgentes como água.
Até a água, como outros recursos naturais, foi rotulada como questão de segurança e não como questão existencial para o país. Esse fracasso coletivo de liderança colocou o Paquistão em apuros em termos de segurança hídrica em um futuro próximo.
Essa monumental crise hídrica não aconteceu de repente. Tem vindo a aumentar gradualmente com o esgotamento dos recursos hídricos e a sua gestão apanhada na corrupção e nas más opções políticas e, o mais importante de tudo, no conflito intraprovincial. De acordo com o Conselho de Pesquisa em Recursos Hídricos do Paquistão, a crise vem se acumulando desde os anos 50 e atingiu pela primeira vez a “linha de estresse hídrico” em 1990 e a “linha de escassez de água” em 2005.
De acordo com um relatório de 2022 do Instituto de Economia do Desenvolvimento do Paquistão, mais de 80% dos recursos hídricos foram utilizados por quatro grandes culturas – arroz, trigo, cana-de-açúcar e algodão – que contribuem com apenas 5% para o PIB. Embora o setor agrícola represente um quinto do PIB e quase metade do emprego do país, contribui com menos de 0,1 por cento para o total das receitas fiscais, deixando poucos fundos para a manutenção do antigo sistema de irrigação.
A única saída para esta crise é a liderança civil e militar assumir o desafio de resolver o problema mais urgente que o Paquistão e seu povo enfrentam hoje.