Governo Sartori não deixará saudade para o setor do arroz gaúcho
Autoria: Alex Soares – Jornalista e Radialista.
É interminável a Cia Crucis pela qual passam os servidores do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em busca de um tratamento salarial mais justo. Vale lembrar que a instituição vem perdendo inúmeros técnicos e cientistas importantes para a iniciativa privada devido à remuneração muito abaixo do mercado que recebem no instituto.
E, vamos combinar: se tem um governo que não fez absolutamente nada pelo Irga, foi o governo de José Ivo Sartori!
E não só por esta autarquia, mas pelo setor arrozeiro de modo geral.
Tão pouco boa vontade, que é algo que não tem custo, foi demonstrada nas demandas setoriais.
O governo Sartori não deixará nenhuma saudade para o setor.
Esta semana, mais um capítulo foi acrescentado a essa trajetória. A base governista se opôs e tentou derrubar dois Projetos de Lei na Assembleia Legislativa gaúcha que, aprovados, corrigirão uma distorção histórica no Plano de Carreira dos servidores do Instituto, em seu artigo oitavo, que trata das gratificações e promoções dos técnicos.
Os projetos em questão tentam corrigir parcialmente a desvalorização das categorias.
O governo se articulou e tentou de todas as formas fazer prevalecer o seu projeto, mas não levou.
Depois de um empate de 24 votos governistas contrários e 24 oposicionistas a favor, Marlon Santos (PDT), o presidente da Casa, desempatou e estes dois projetos, a favor dos servidores e o outro de origem do governo, serão apreciados na próxima semana.
Faço aqui uma ressalva. O deputado Edson Brum (MDB), pertencendo à base do governo, mas ainda assim fez prevalecer a sua convicção em respeito ao Irga, votou contra a orientação do governo e pagou para ver.
É certo que este ano dificilmente haverá uma modificação nesta matriz salarial.
É muito mais provável que o próximo governador, aí sim, resolva esta questão do Irga que, diga-se, não é só um problema dos servidores. Está mais do que na hora dos produtores e dos próprios conselheiros do instituto também chamarem a si esta responsabilidade e pressionarem o poder público para que haja uma solução para este tema da valorização dos técnicos e profissionais do instituto.
Na próxima semana José Ivo Sartori também deverá dar uma resposta a um pedido feito por Federarroz, Farsul, Famurs, Fetag e Irga, para que o ICMS do arroz em casca vendido para outros estados seja reduzido. Ficou acertado que a Fazenda Estadual fará um estudo do impacto desta medida sobre a arrecadação ao governador.
Eu não quero morder minha língua, mas já começo a pensar no destino desta proposta.
E acredito que será, mais uma vez, a gaveta.