Governo vai mexer nas questões estruturais do arroz
Mercosul e dívidas estão na pauta emergencial do governo federal, segundo o presidente Jair Bolsonaro.
“Não vai dar pra salvar todo mundo, mas a situação é urgente, o setor é necessário e importante para a segurança alimentar do país e quem for possível e como for possível, nós vamos ajudar”. Com essa declaração o presidente da República Jair Bolsonaro resumiu o encontro que teve nesta quinta-feira, dia 11 de julho, com representantes das cadeias produtivas do arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em Brasília (DF).
Após ouvir relatos de produtores, dirigentes de cooperativas e representantes setoriais, deputados e senadores e da própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sobre as razões da crise setorial e as principais reivindicações dos arrozeiros, Bolsonaro afirmou que já tem as informações necessárias em um estudo setorial e que “nas próximas semanas medidas importantes serão anunciadas”. Ele também destacou que a reforma previdenciária será seguida de propostas de mudanças tributárias que poderão refletir numa retomada dos investimentos e no aumento da competitividade dos produtos nacionais. Lembrou que o Acordo entre Mercosul e União Europeia trará novas oportunidades ao agronegócio nacional.
Pelas palavras do dirigente, os participantes do encontro saíram convencidos de que as demandas estruturais do setor serão atendidas, mas que haverá o anúncio de medidas emergenciais nos próximos dias. "Algumas ações anunciadas pelo governo, como a evolução do seguro agrícola, são importantes, mas a situação atual da orizicultura também exige medidas urgentes para aliviar o custo de produção e elevar a renda, trazendo equilíbrio e condições de se plantar as próximas safras", disse Ademar Kochenborger, presidente da União Central de Rizicultores (UCR).
A expectativa é de que haja o anúncio de uma prorrogação dos vencimentos de dívidas com vencimentos nos próximos meses e sejam criados mecanismos para renegociações. Com relação ao Mercosul, a ministra Tereza Cristina informou que um acordo de controle sanitário e de fluxo está em andamento, mas que frente à situação delicada do setor, por falta de renda outras medidas são necessárias.
Silvio Rafaeli, arrozeiro que é prefeito de Tapes e representante da Federação das Associações de Municipios do Rio Grande do Sul (Famurs), considerou muito positivo o encontro. Segundo ele, é preciso que o governo federal aja com urgência. “A simples conversão de 300 mil hectares de arroz em soja está impactando na redução da renda e dos empregos nos municípios da Metade Sul, derrubando a demanda por produtos e serviços, o nível de industrialização com o fechamento de pequenos engenhos e a circulação de recursos dentro das cidades e a arrecadação das prefeituras”, explica.
Para Rafaeli, a recuperação da renda do setor é a questão central. “Sabemos que é uma equação complexa, com muitos fatores envolvidos, mas também percebemos que o governo federal está ciente dos problemas e demonstra interesse político de enfrenta-los”, resume. Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), considera que a reunião tranquiliza a cadeia produtiva, uma vez que deixa claro que o governo sabe quais são os problemas e assume o compromisso de buscar soluções. “O Ministério da Agricultura está em sintonia com os produtores, o que precisamos agora é que o Ministério da Economia também seja sensível”, ratifica.
21 Comentários
Mais uma vez o mesmo do nada foi anunciado… Não vai dar para salvar todo mundo!!! Salve-se quem puder… Sendo assim só nos resta um caminho… O caminho da salvação: A SOJA… O presidente deu a deixa… Não há muito o que se fazer… Não espero nada… Porque do nada não virá coisa alguma. Enquanto isso o preço segue caindo.
Com essa atitude do governo, lançando soluções para os produtores não abandonarem a atividade arrozeira, agora mesmo é que o preço do arroz irá cair.
Governo prorrogando dívidas e aumentando o crédito , os arrozeiros irão plantar Dafra cheia, em consequência as indústrias reduzirão o preço.
Nada está ruim que não possa piorar.
Os produtores são burros, caminhoneiros espertos exigiram tabela de frete, embora seja difícil de fiscalizar.
Eu tenho a solução simples para a crise de preço do arroz.
Basta utilizar a tabela…. Exemplo arroz de 58*10 de inteiros deve ser vendido a 50. Caso a indústria não cumpra o valor, os produtores podem denunciar, está indústria como punição pagará uma multa ao produtor .
Não adianta os prefeitos estarem preocupados com a diminuicão de servicos , com a migracão pra soja, se não houver um preco remunerador pro arroz, será cada vez mais soja. O Seo Marcos tem razão, e o preco maior do arroz movimentará o comércio a todo vapor, inclusive aquele empregado q foi despedido, recebia a porcentagem em arroz, venderia a um preco bom e iria as compras, aumentando o fluxo do comércio local.Não é só os produtores burros, mas todos aqueles q apóiam a aviltidade das industrias e o varejo q metem o bedelho no preco do arroz.Busquem uma solucÃo melhor, se contentam com esmolas, apenas em rolar as dívidas pra frente e continuarem escravos do sistema, assim não haverá progresso e crescimento, pq o maquinário está sucateado, e sem preco não haverá manutencão cabivel .Deixo a pergunta, o mercosul é bom pro produtor,?acho q não.E pra haver preco melhor tem q haver barreiras às importacões.Ou uma tabela de precos.Ou haver uma tabela mesmo.Sds.
Bom, como dizem nossos descobridores Portugueses, aguardemos pois, medidas paliativas não resolvem mais, urge uma mudança radical na politica voltada ao arroz.
Inicia com uma redução tributária sobre os insumos, para nos tornamos competitivos em relação aos demais países do bloco, equalização de Icms entre os estados, renegociação e crédito para os endividados, entre outras medidas que todos sabem quais são, ……..se as raízes da falta de política agrícola e os desmandos dos governos anteriores não forem atacados, o setor continuará ameaçado de morte por asfixia e as importações massivas será a solução para a demanda de consumo de arroz da população Brasileira, por que produtores restarão muito poucos !!!
Senhores: alguns estão falando em tabela de preços. Acho que nem vocês acreditam no que estão escrevendo. Me citem um lugar no mundo onde isso deu certo, por favor. Não acredito que sejam tão ingênuos. Vocês estão de brincadeira, não é?
Walter, apresente a solução, ja que vc é mais inteligente.
Faz tempo que digo que devemos reduzir a área plantada.
Antes falava em 30 porcento, hoje falo em 50 porcento.
Mas os produtores querem mesmo é aumentar a área, a solução seria tabelar o preço, desde o casca até o supermercado. O arroz é o único produto que que o preço é formado de cima para baixo. Ao contrário dos demais.
Querem preço ?? Vamos Lá…Reduzam 30% Area Atual….Não va a banco pegar Dinheiro…Não deposite arroz na Industria, tenha Silo…Estabeleça um preço minimo de venda escalonada para sua produção….Acho q já ajudaria no Preço…
atualmente não é só o arroz cujo preço é formado de cima para baixo, a verdade é que o varejo consegue margem na compra de diversos produtos e não na venda, já que ficam a mercê dos anúncios recorrentes nas melhores audiências na tv, ou seja um único que anuncia todos os concorrentes correm para alinhar os preços no mesmo patamar anunciado. A cadeia do arroz , sem dúvida é a mais vulnerável, por ter uma enorme diversidade de marcas e muitas delas descapitalizadas sem poder impor preços, se as grandes pelo menos puxassem os preços julgo que a cadeia como um todo poderia dar uma respirada, porém a realidade principalmente nesses últimos tempos é justamente o contrário.
Eu nunca tive a arrogância de me achar mais inteligente. Isso foi afirmação tua Marcos. Aproveito para te perguntar quanto tu diminuiste tua área de plantio?
E reitero a pergunta anterior. Onde o tabelamento de preços deu certo??
Para que possamos, quem sabe usar o exemplo??
Soluções?? Não. Apenas perguntas, que eu não deveria responder, mas vou.
Dificilmente alguém reduziu mais área que eu, somente aqueles que largaram a atividade.
O tabelamento de preços deu certo com os caminhoneiros, todos que pergunto respondem que a situação melhorou. Agora sabemos que é difícil fiscalizar. Mas no caso de multa para o descumprimento da tabela, essa multa ser para o produtor, não haverá problemas,pois os produtores serão os fiscais.
O preço neste caso seria formado de baixo para cima, todos ganhariam, os consumidores não iriam reclamar se o arroz aumentasse no supermercado, somente a Globo é que iria pagar uma velhinha pra dizer, oh como tá caro o arroz.
Particularmente eu sei o q estou falando, concordaria com tabela sim se for a última solucão plausível , e se tratando de um alimento de seguranca alimentar os supermercados não deveriam obter muito lucro, pouco mais q cobrisse os impostos. Já q aparte mais onerosa é dos produtores e das indústrias . Claro q chegaria no ponto em q determinado momento o produtor não acharia pra quem vender pq o mercado estaria abastecido. Mas daí por conta própria o arrozeiro se dará conta q terá q partir pra outras opcões como soja ou gado. Sei q vivemos numa economia global de livre comércio e concorrência. MAS SE UMA TABELA TRARÁ ORDEM PRA CASA, E AS CONSEQUÊNCIAS SE APRESENTAREM, SERÁ VÁLIDA A EXPERIÊNCIA, TUDO SE AUTOAJUSTARÁ, SE NÃO HOUVER NADA DIFERENTE, A NOVELA CONTINUARÁ A MESMA.OU TAXAR AS IMPORTACÕES PRA AUMENTAR O CAIXA DO GOVERNO, PQ NÃO ACREDITO Q HAJA ARRECADACÃO plausível COM ESSE PRECO Q O ARROZ SE ENCONTRA.SDS.
A tabela funciona com certeza.
Chegará o momento que com o abastecimento pleno da indústria e varejo, estes sairão do mercado, aí os produtores irão perceber que…… O preço do arroz está seguro , no patamar rentável, porém não adianta produzir em excesso que não terão a quem vender, dessa forma ninguém terá prejuízo, pois o preço é bom, mas a dificuldade será desovar a produção, não tendo onde armazenar, a solução será não plantar. TODOS os caminhos nos levam sempre a uma única solução…… Reduzir a área plantada.
Tabelamento só se justificaria em períodos de hiperinflação. Não resolve o problema. Tem muito caminhoneiro que está louco para parar novamente. O único caminho é a redução de oferta (diminuição de área plantada), quotização da quantidade de arroz vinda do Mercosul (limitação a 400 mil toneladas como fez a União Européia), correção das assimetrias do Mercosul e redução da carga tributária! Isso para gerar renda… Para se manter na atividade e capitalização teríamos que ter uma securitização nos moldes de 1995 (tesouro direto)… O produtor necessita renovar seu maquinário e adquirir secadores e silos para tirar seu produto do ‘à depósito’ na indústria. E muita exportação… Além das campanhas para aumento de consumo como tanto pede o Sr. José Nei aqui nesse espaço. Seu Walter também tem razão quando diz que quanto menos oferta, maior a procura (apesar que o Cartel faz de tudo para que isso não aconteça)… O problema é conjectural… É setorial… E o produtor tem que se informar mais… Tem que se atualizar mais… Por isso a rotação de cultura é a alternativa mais plausível para a geração de renda até que o mercado se ajuste! SOJA NA VÁRZEA AINDA TEM SIDO A SOLUÇÃO MAIS EFICIENTE… Em tempos de mudanças… Nós também precisamos mudar!!!
Acho que encontraram a fórmula mágica para a solução dos problemas do arroz.
Parece conversa de louco!!
Boa tarde!!
No meu ver prorrogação de dívidas é só adiar a morte,porque tudo o que produzimos é para abastecer as indústrias e levando a vida.Um abraço à todos e que Deus nos abençoe!!!
Caro Marcos Hanus! vc sabe que isso só funciona em país de primeiro mundo,em governos que incentivam a produção e o produtor.A cadeia de arroz sustenta comércio,indústria e gera empregos,alias se as nossas leis trabalhistas fossem como a dos Estados Unidos nós seríamos mais incentivados a produzir e gerar mais empregos.
Apenas um reparo! Nunca falei em campanhas para aumento do consumo, por isso peço que releiam se já não o fizeram o meu artigo que foi publicado na seção artigos desta página. Até o contrário, campanhas de aumento de consumo, entendo que é o mesmo que pedir para o consumidor almoçar duas vezes! Portanto, o que eu falo é tirar a visão da panela e apresentar o arroz em outros momentos da refeição, seja no café, na merenda, no hapy hour, nos petiscos, nas cervejas, na ração petróleo, grandes animais….Está ação não impede se sejam implementadas as outras que estão no artigo numa cruzada de inovação do segmento arroz.
Os loucos são os únicos que tem o conhecimento para mudar o que está errado, pois fazem dos problemas a motivação para construir um mundo mais humano, justo e fraterno… Apontar as soluções é o caminho mais curto para se achar as possíveis respostas. Todos somos livres para debater nossos pontos de vista nesse espaço. Creio eu que buscamos o melhor para o setor, para a cultura que plantamos desde pequenos, que muitos herdaram dos seus antecessores. Os tempos mudaram… A realidade do país e do mundo hoje é outra! Somos um país de viés socialista engatinhando rumo a uma economia liberal. A interferência estatal quase sempre nos foi daninha!!! Mas acreditar que nossa economia pode ser resolvida por tabelamento é clamar por uma regulação que não nos levará a nenhum lugar… Por isso não creio que as coisas vão mudar tão cedo para o arroz. Envolve muita coisa… Muitas mudanças, que via de regra dependerá da interferência do governo para corrigir erros do passado! E só ele governo tem as ferramentas ou legitimidade para sanar as assimetrias do Mercosul, reduzir tributos, reduzir juros, refinanciar débitos, etc. Não defendo que o governo interfira nos preços… O preço minimo é um exemplo disso. Nunca foi e nem será o ideal… Se querem um país liberal terão que nos entregar um país competitivo. Um país que tenha condições de competir com os demais do bloco. Por ai se começa tudo…
Caro Vilmar, minha sugestão de tabela, partiu da idéia do governo, quando anunciou que iria intervir no arroz.
Não adianta nada intervir dando crédito, nem adiando dívidas, isso é apenas dar corda pra se enforcar.