GPAI/UFSM traz luzes sobre o desafio da soja em terras baixas

 GPAI/UFSM traz luzes sobre o desafio da soja em terras baixas

Marchesan e Santos: conhecimentos sobre o manejo e os desafios da soja em terras baixas

Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado e Uso Alternativo de Várzeas, da Universidade Federal de Santa Maria (Gpai/UFSM) lança livro com contribuições à produção de soja em áreas de arroz.

Com o objetivo de reunir informações geradas por anos de pesquisas, o Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado e Uso Alternativo de Várzeas, da Universidade Federal de Santa Maria (Gpai/UFSM), coordenado pelo professor Enio Marchesan, lançou o livro: Soja em áreas de arroz: contribuições do Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado (GPAI). Com 274 páginas, a publicação é um extrato das informações geradas em muitos anos de pesquisas pelo grupo e seus colaboradores, detalhando os desafios e os avanços da inserção da cultura da soja em áreas arrozeiras sob a ótica de linhas de pesquisas que buscam desenvolver tecnológicas capazes de proporcionar elevada produtividade e estabilidade de produção com minimização dos muitos riscos deste processo.

“É um meio de facilitar a divulgação e o uso das informações, que ainda são escassas e restritas a poucas pessoas, e assim, contribuir para que os avanços na área possam ser mais rápidos e seguros”, afirma Marchesan, que visitou a redação de Planeta Arroz nesta segunda-feira (28/12) acompanhado de Robson Giacomeli e Gabriel Donato a caminho de uma avaliação em área de arroz híbrido. Segundo ele, os estudos de soja em áreas de arroz pelo GPAI se devem à necessidade de identificar respostas às principais demandas do meio.

O professor acrescenta que a soja no Rio grande do Sul começou a intensificar-se neste novo momento, a partir da safra 2009/10, e hoje ocupa mais de 30% da área cultivada com arroz irrigado anualmente. Lembra que este cultivo é muito importante para a sustentabilidade da lavoura de arroz, auxiliando no controle de plantas resistentes ou de difícil controle pelos herbicidas comumente utilizados. Além disso, os bons preços da soja estimularam produtores a tratar o cultivo dessa cultura em terras baixas como uma outra fonte de renda muito interessante, possibilitando o uso mais intensivo da área, dos recursos financeiros e de pessoas.

“Hoje, há projetos em andamento e produtores buscando produtividades tão elevadas quanto as obtidas em ambientes de terras altas, mas há também grandes desafios a serem vencidos”, observa.

Por isso, segundo Marchesan, o GPAI se envolveu na pesquisa de soja em áreas de arroz, no sentido de também entender melhor os processos de cultivo da soja, identificando os principais fatores limitantes que, agora já envolvem ao mesmo tempo, além de tecnologias para produção de soja, a presença de plantas de cobertura, menor mobilização do solo, sistemas mais conservacionistas com presença da pecuária. Observa-se que com a entrada da soja, estamos noutro sistema de produção complexo e ainda desconhecido, com variáveis econômicas e de mercado além do aspecto agronômico, com necessidade de melhorar a gestão de pessoas. “É preciso especializar”, sentencia.

Os quatro pilares que norteiam o trabalho de pesquisa – e o resultado exposto no livro – são a busca de produtividade e rentabilidade baseada em produção sustentável, que deve contemplar produtores rurais, consumidores, o ambiente e os colaboradores. Mais de 40 pesquisadores reuniram os resultados de seus estudos na publicação organizada por Marchesan, que durante a visita fez a entrega de um exemplar ao editor de Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos.

O conjunto de artigos e resultados de pesquisa apresenta informações importantes para etapas críticas do manejo do solo e da lavoura, de forma didática e esclarecedora. Leitura obrigatória para técnicos, produtores e colaboradores cujo plantio em terras baixas está em transformação para um sistema de produção de alimentos.

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