Greenpeace pede à China que proíba venda de arroz transgênico
Enquanto o Ministério de Ciência e Tecnologia defende a aprovação, já que é o principal investidor em pesquisas com transgênicos, o de Agricultura mostra uma atitude muito mais “cautelosa”.
O Greenpeace pediu hoje às autoridades da China que impeçam a comercialização de arroz transgênico, no mesmo dia em que o Comitê Estatal de Biossegurança em Cultivos Transgênicos chinês começou a debater o assunto.
– A indústria está ansiosa para ver a China abrir o mercado. Seria a primeira vez que um país aprovaria a comercialização de cultivos transgênicos de seu alimento básico – disse hoje Stephen Ma, responsável pela campanha da organização ambientalista.
Ma denunciou que um grupo de cientistas chineses, ligados a companhias de biotecnologia, estão desenvolvendo o arroz transgênico e defendem a aprovação da comercialização.
Para ele, o Governo chinês está numa “encruzilhada”. Enquanto o Ministério de Ciência e Tecnologia defende a aprovação, já que é o principal investidor em pesquisas com transgênicos, o de Agricultura mostra uma atitude muito mais “cautelosa”.
– Existem ainda muitas incertezas sobre as conseqüências para a saúde e o ambiente dos cultivos de arroz transgênico. Uma das proteínas que contém, por exemplo, pode causar alergias – ressaltou Ma.
Outra especialista do Greenpeace, Isabelle Meister, pediu ao Governo de Pequim que espere “pesquisas a longo prazo”.
A China comercializa em grande escala algodão geneticamente modificado e importa soja e milho transgênicos da Argentina, Brasil e EUA.
Segundo Ma, algumas companhias pretendem “contaminar o mercado de produtos transgênicos, embora seja ilegal, para fazer a comercialização irreversível, como ocorreu no Brasil com a soja transgênica e na Índia com o algodão transgênico”.
Em maio de 2005, a China ratificou o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, que obriga os exportadores a identificar e fornecer informação sobre os transgênicos.