Greve de fiscais retém carga na Fronteira gaúcha

Deverão ser cerca de 300 fiscais parados até sexta-feira no Rio Grande do Sul, quando a categoria reavalia a situação e espera uma proposta do governo.

Caminhões com carga animal e vegetal ficaram retidos ontem na fronteira do Rio Grande do Sul por não conseguirem passar pela fiscalização em razão da greve dos fiscais federais agropecuários, iniciada ontem.

Em Santana do Livramento, quatro caminhões com 150 vacas da raça holandesa importadas do Uruguai, estavam parados desde o meio-dia. Um dos motoristas que transportavam a carga – avaliada em R$ 170 mil e que estava sendo levada a São Gabriel – se mostrou preocupado com os animais.

– Para a gente é um castigo ficar aqui, mas para os animais pode ser bem mais prejudicial. Com o frio da noite e amontoadas assim como estão, algumas (vacas) correm o risco de morrer – disse o caminhoneiro uruguaio Geraldo Mila.

O dono da carga orientou o funcionário a esperar somente até a noite de hoje. Se os animais não forem liberados, devem ser levados de volta à propriedade de origem, em Vichadero, interior do Uruguai, a cem quilômetros de Livramento.

O número de caminhões e contêineres retidos poderá aumentar hoje. Deverão ser cerca de 300 fiscais parados até sexta-feira no Estado, quando a categoria reavalia a situação e espera uma proposta do governo. O presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (Afama-RS), Jorge Vargas, disse ontem que transtornos maiores não ocorreram ontem em Uruguaiana porque na Argentina – de onde vem a maioria dos caminhões – era feriado e a movimentação diminuiu.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, considerou a greve precipitada, especialmente no momento em que o ministério está admitindo cerca de 400 profissionais. O presidente da Afama-RS, José Luiz Castilhos, disse que o órgão obteve na Justiça Federal em Porto Alegre a declaração de que a greve é legal e legítima.

Segudo Castilhos, a entidade comprovou que adotou todas as medidas preparatórias para a greve, como assembléias, comunicações públicas e que será mantido um contingente de 30% da categoria atuando, com prioridade à fiscalização de cargas e produtos perecíveis.

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