Hidrômetro na lavoura

 Hidrômetro na lavoura

Estrutura: produtores investem para regular o gasto com a água

Catarinenses medem quanto de água o arroz gasta.

Os produtores de Santa Catarina preparam-se para rebater as acusações de que a lavoura de arroz irrigado é um dos empreendimentos que mais geram impacto ambiental, principalmente por consumir grande quantidade de água. Para a próxima safra, foi implantado em algumas áreas de irrigação um sistema que medirá o volume de água consumido. A medição será feita com calhas Parshall, espécie de hidrômetro que identifica o volume de água que passa no canal, entre o reservatório e a lavoura. 

Segundo o presidente da Associação Catarinense de Irrigação e Drenagem (Acid), Sérgio Marini, o objetivo é apresentar números reais, provar que a rizicultura irrigada não é uma vilã e preparar os produtores para a futura cobrança pela água. 

Além do monitoramento da água, os produtores catarinenses estão se ajustando às leis ambientais. Em acordos firmados com o Ministério Público, os lavoureiros estão se comprometendo a não plantar nas margens dos rios e arroios. Alguns produtores até recuaram suas lavouras, atendendo a exigência de não plantar a menos de 30 metros da mata ciliar. 

Os dados existentes sobre o consumo de água na lavoura de arroz são muito imprecisos, variando entre sete e 12 mil metros cúbicos por hectare. O volume varia conforme o controle do produtor, que pode evitar desperdícios com o melhor manejo de taipas e evitando pontos de escape. 

Segundo Sérgio Marini, as lavouras catarinenses são cultivadas por 12,5 mil famílias e consomem entre sete e oito mil metros cúbicos de água. O sistema de cultivo pré-germinado ajuda a derrubar a média de consumo, pois usa menos água. Na safra passada, no muinicípio de Nova Veneza, os experimentos com a calha Parshall confirmaram esse consumo médio.

Questão básica
O monitoramento do consumo de água na lavoura catarinense permitirá estabelecer o crescimento das áreas de cultivo nas safras futuras. Com a previsão de estiagem, será possível reduzir as áreas e garantir o abastecimento da população. O uso dos recursos hídricos é prioridade do ser humano. Em segundo lugar estão os animais e em terceiro, a agricultura. Para a próxima safra, apesar da crise de mercado, Santa Catarina vai manter os 155 mil hectares de lavouras. Em 2004/2005 a produtividade média foi de 6.741 quilos/hectare.

Fique de olho
O presidente da Acid, Sérgio Marini, destaca que um levantamento apontou que 94% da área destinada para orizicultura em SC apresenta algum tipo de irregularidade quanto ao meio ambiente. Preocupados em mudar esse quadro, os catarinenses registraram na última safra o maior volume de embalagens de agrotóxicos devolvidas para serem destruídas ou recicladas. Do total consumido na safra, 70% foram devolvidos.

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