Hora certa
Aplicar as práticas no momento certo é um segredo de Pesarico.
As lavouras da depressão central gaúcha têm a peculiaridade de serem de menor porte e utilizarem basicamente mão-de-obra familiar, o que facilita o manejo e pode significar maior produtividade. No município de Dona Francisca, o produtor Rogério Pesarico cultiva 33 hectares de arroz e atingiu na safra 2003/2004 a média de 9.650 quilos de grãos por hectare. O melhor desempenho na lavoura de Pesarico foi na área plantada com a cultivar Epagri 108, onde a produtividade chegou a 11,5 toneladas. Ele também plantou as cultivares Irga 414 e Irga 420, onde a produtividade ficou entre 8,6 mil e 9,05 mil quilos/hectare.
Segundo Rogério Pesarico, o solo fértil e bem nivelado é fator indispensável para alcançar a alta produtividade. Ele planta no sistema convencional em linha, onde a densidade de semeadura fica entre 90 e 100 quilos de semente por hectare. “Tenho 35 anos e me criei dentro da lavoura. A sistematização do solo foi acontecendo aos poucos e a partir de 1980, quando meu pai resolveu nivelar menos de um hectare da área plantada”, lembra Pesarico.
O maior problema enfrentado pelo produtor de Dona Francisca é a doença conhecida popularmente como “vírus do entortamento”, que há pelo menos três anos atinge algumas áreas provocando a deformação da planta e perda da produtividade. Pesarico garante que não tem problemas com arroz vermelho e destaca a fertilidade da terra. “Em algumas áreas eu removi cerca de quatro metros de terra, e na segunda safra o local já estava tão fértil quanto o resto da lavoura. O segredo está em colocar um pouco mais de adubo”, explica Pesarico.
Lavoura ganhou aliados
O produtor Rogério Pesarico destaca que os resultados na sua lavoura estão evoluindo a cada ano. Ele acredita que o clima favorável e a aplicação de novas técnicas são os fatores responsáveis pelo aumento na produtividade não só na sua área, mas em todo o Rio Grande do Sul. “A última grande safra que eu colhi foi em 1998/1999, quando a média de produtividade na minha lavoura ficou em 9,85 mil quilos por hectare. As novas idéias e a troca de informações entre produtores e técnicos fazem parte do trabalho do homem do campo que busca alta produtividade. Os insumos e os novos sistemas complementam a lista de ações necessárias para atingir cada vez melhores resultados”, analisa Pesarico.
Números
Em Dona Francisca, as lavouras têm em média 13 hectares e a produtividade na safra 2003/2004 ficou em 7,4 mil quilos de arroz por hectare. O município tem pouca participação do total cultivado no Rio Grande do Sul (1,042 milhão/hectare), pois sua área plantada é de 2.290 hectares. Segundo o agrônomo do Irga Clairton Petry, Dona Francisca ficou com a segunda colocação no ranking de produtividade das cidades gaúchas. A primeira colocada foi a cidade de Esteio, onde são cultivados cerca de 700 hectares e a média ficou em 7.502 quilos. No Rio Grande do Sul, a média ficou em 6.110 quilos por hectare.
Os 10 mandamentos de Pesarico
1 – Pós-colheita com preparo e drenagem do solo
2 – Plantio na hora certa
3 – Limpeza da lavoura para eliminar invasoras
4 – Semente certificada e de boa qualidade
5 – Manejo de água para atender as necessidades da planta
6 – Maquinário adequado e clima favorável
7 – Acompanhamento do proprietário e de um técnico
8 – Água em abundância até 15 dias antes da colheita
9 – Nivelamento da área para reduzir despesas
10 – Momento certo de colher