Igp-di: soja, arroz e milho ajudam a desacelerar inflação em dezembro
O IGP-DI é calculado com base nos preços coletados entre os dias 1 e 31 do mês de referência.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou há pouco que o Indice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de 0,26% em dezembro, após uma alta de 0,57% em novembro. Com isso, o indicador encerrou 2006 com uma alta acumulada de 3,79%.
O IGP-DI é calculado com base nos preços coletados entre os dias 1 e 31 do mês de referência.
Dois dos três componentes do IGP-DI mostraram acréscimos em suas taxas de variação, entre novembro e dezembro: o Indice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,24% para 0,63%, e o Indice Nacional de Custo da Construção (INCC), de 0,23% para 0,36%. Em sentido inverso, o Indice de Preços por Atacado (IPA) registrou redução em sua taxa, de 0,75% para 0,11%. No ano, o IPC variou 2,05%, o INCC, 5,04%, e o IPA, 4,29%.
No IPA, o índice relativo a Matérias-Primas Brutas apresentou deflação de 0,05% em dezembro, após elevar-se 3,03%, no mês anterior. Os destaques no sentido descendente foram: soja (em grão) (9,98% para menos 0,01%), arroz (em casca) (13,21% para menos 4,54%) e milho (em grão) (13,89% para 7,39%). Em sentido oposto, atenuando a desaceleração do grupo, vale mencionar: bovinos (deflação de 7,01% para queda de 4,64%), cana-de-açúcar (deflação de 4,19% para queda de 1,64%) e aves (deflação de 5,08% para queda de 2,69%).
O índice do grupo Bens Intermediários registrou inflação de 0,37%, em dezembro, ante uma queda de 0,18%, em novembro. Quatro dos cinco subgrupos componentes apresentaram acréscimos em suas taxas. O destaque ficou por conta do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa de variação passou de UMA deflação de 1,40% para uma alta de 1,24%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão dos combustíveis e lubrificantes para a produção, apresentou a mesma variação do mês anterior, inflação de 0,14%.
No estágio dos Bens Finais, a taxa de variação recuou de 0,37%, em novembro, para uma deflação de 0,15%, em dezembro. A principal contribuição para a desaceleração partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa retrocedeu de 3,08%, em novembro, para 1,23%, em dezembro. O índice de Bens Finais (ex), obtido após a exclusão de alimentos in natura e combustíveis, registrou inflação de 0,53%, desacelerando-se em relação a novembro, quando a taxa havia sido de 1,08%.
Por sua vez, o Indice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou inflação de 0,63%, acima da apurada no mês de novembro, de 0,24%. Quatro das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimos em suas taxas de variação: Transportes, Habitação, Saúde e Cuidados Pessoais e Educação, Leitura e Recreação, em ordem decrescente de impacto sobre o IPC.
Em cada classe citada, os destaques foram: tarifa de ônibus urbano (0,25% para 8,32%), tarifa de eletricidade residencial (deflação de 1,63% para queda de 0,12%), artigos de higiene e cuidado pessoal (deflação de 0,61% para alta de 0,75%) e passagem aérea (menos 1,06% para mais 0,63%), respectivamente.
Em sentido contrário, registraram decréscimos em suas taxas de variação os grupos Alimentação, Vestuário e Despesas Diversas. A primeira classe de despesa foi a que mais contribuiu para conter o avanço do índice, dada a queda registrada na taxa do item hortaliças e legumes, que passou de 2,34% para menos 1,51%.
O núcleo do IPC registrou inflação de 0,31%, em dezembro, ante 0,26%, em novembro. Para efeito de cálculo do núcleo, em dezembro, foram excluídos 46 dos 87 itens componentes do IPC. Das 46 exclusões, 21 corresponderam a variações acima de 0,81%, taxa que, no processo de cálculo do núcleo, representa a linha de corte superior, e 25 apresentaram taxas abaixo de menos 0,08%, linha de corte inferior. O índice de dispersão, que mede a proporção de itens com variação percentual positiva, caiu de 56,58% para 53,95%.
Já a taxa de variação do Indice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou de uma inflação de 0,23%, em novembro, para alta de 0,36%, em dezembro.
Os três componentes do INCC registraram acréscimos em suas taxas de variação: Materiais (0,30% para 0,31%), Serviços (0,49% para 1,29%) e Mão-de-Obra (0,12% para 0,25%). A aceleração do grupo Serviços deveu-se ao impacto crescente do item vale transporte, cuja taxa avançou de 1,49% para 3,55%. Quanto ao grupo Mão-de-Obra, o acréscimo foi conseqüência de reajustes salariais, por ocasião da data-base, nas cidades de Recife e Belo Horizonte.