Impasse ameaça leilões de apoio à comercialização
Comprometimento da verba de 2009 pode travar programação da Agricultura.
mpasse ameaça leilões de apoio à comercialização
A queda de braço entre o Ministério da Agricultura (Mapa) e a área econômica do governo ameaça a continuidade dos leilões de aquisições de produtos agrícolas, cujo objetivo é dar sustentação dos preços para os agricultores. Desde o começo do ano, o Mapa já comprometeu os R$ 5,2 bilhões reservados no orçamento para esta finalidade e, agora, está sem recursos para intervir no mercado.
Os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Planejamento, Paulo Bernardo, e o secretário executivo da Fazenda, Nelson Machado, têm marcada reunião hoje para debater uma solução.
Recentemente, Stephanes admitiu que havia problemas com a realização dos leilões. No Ministério da Fazenda, a ordem é cautela. Primeiro, porque essas operações demandam grandes somas de recursos públicos. Há também preocupação em justificar o uso do volume para um segmento econômico. Principalmente porque, até agora, os leilões não surtiram efeito nos preços, que continuam baixos.
Dos R$ 5,2 bilhões previstos no orçamento do Mapa para mecanismos de suporte à comercialização ao longo deste ano, R$ 2,9 bilhões devem ser gastos com subvenção e R$ 2,3 bilhões com recomposição de estoques. Para ter recursos extras, seria necessário vender parte do que está armazenado, o que não é visto como adequado para o momento, especialmente pelos baixos preços de mercado e porque isso iria contra o propósito dos leilões enxugar a oferta para sustentar preços.
O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, reafirmou a necessidade de mais recursos para mecanismos de sustentação de preços, principalmente para trigo, milho e arroz. ‘Precisamos de mais verba para realização dos leilões. O governo vai ter que dar um jeito, vai ter que achar uma saída’, disse.
O superintendente da Conab/RS, Carlos Farias, não tinha conhecimento do problema e esclareceu que a função da regional é subsidiar a central com informações.
– Nossa função é operacional. Todas as decisões são de Brasília.