Importação de arroz uruguaio gera crise no Panamá

 Importação de arroz  uruguaio gera crise no Panamá

(Por Metrô, Panamá) A importação de 550 mil quintais de arroz do Uruguai, o equivalente a 25 mil toneladas, gerou desentendimentos entre industriais, produtores e o Instituto de Comercialização Agropecuária (IMA) do Panamá e levou o presidente do país a garantir que, embora a caminho, novas cargas não serão recebidas.

De um lado, os arrozeiros ressaltam que há arroz suficiente para abastecer o mercado e, de outro, a IMA garante que as importações são exclusivamente para as feiras realizadas pela entidade. Nilo Murillo, diretor do Instituto de Comercialização Agrícola (IMA), afirmou que “esta é uma decisão que foi tomada com base na análise da quantidade de produto disponível no país”.

Ele acrescentou que “há um produto que deveria ser comercializado por marcas, mas elas não têm o suficiente para atender nossos 510.000 consumidores mensais”. E ainda comentou: “entramos em contato com a cadeia produtiva nacional do arroz e perguntamos se eles tinham produto suficiente para abastecer o programa. Eles não responderam, e a compra internacional foi a decisão que tomamos.”

Além disso, “conversamos com os produtores e eles entenderam a necessidade da instituição em executar o programa”.

Carlos Santanach, secretário executivo da Associação de Produtores de Arroz de Chiriquí (APACH), afirmou que “a indústria panamenha afirmou que não poderia vender arroz para a IMA, então a entidade decidiu importá-lo. A situação afeta qualquer arroz que entre no Panamá vindo do exterior, especialmente durante a safra, afetando a produção nacional. Isso ocorre porque o fornecimento de arroz será feito dentro do país.”

Santanach explicou que “uma parte do problema é que há certos industriais que estão apostando na importação de arroz, pagando tarifas, e isso é muito preocupante porque estamos falando de aumento de volume disponível no mercado interno”.

Por sua vez, Vidal Aguilera, da Associação de Produtores de Arroz de Veraguas (APAVE), disse: “O que nos preocupa é que, mesmo havendo arroz suficiente nos estoques do país, poderemos ter que importá-lo, o que afetará nossa colheita”. Aguilera afirmou que “há preocupação no setor porque não há comprometimento da indústria de moagem em relação aos preços”.

Por sua vez, o presidente José Raúl Mulino afirmou que “as importações que o IMA está fazendo são para os meses próximos ao final do ano, quando há escassez de arroz. Não somos autossuficientes na produção do arroz que os panamenhos consomem, muito menos na exportação”. Ele acrescentou que “enquanto isso, compraremos a produção nacional”.

Mulino disse: “Sei que alguns navios carregados de arroz estão chegando. Esses navios não vão entrar no Panamá, porque eu não vou causar um desastre em termos de produção de arroz agora.”

Os produtores de arroz declararam que o saldo do consumo de arroz do país gira em torno de 720.000 quintais por mês, ou 32.660 toneladas.

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