Impostos sobre alimentos tira comida da mesa do brasileiro

O que mais puxa para cima o preço dos alimentos é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Em média, 12%.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostrou o peso dos impostos nos alimentos, especialmente no ICMS, um imposto estadual.

A escolha é cuidadosa. O serralheiro Antônio da Silva procura os menores preços e leva apenas os alimentos considerados essenciais.

– É arroz, feijão, açúcar, café, leite. Eu gasto na faixa de R$ 700 a R$ 800 – ele conta.

Um gasto que consome quase todo o salário de Seu Antônio ou metade da renda da família.

Quando ele compra um alimento, parte do que paga é imposto. Um valor que é cobrado de todo consumidor, rico ou pobre, mas que pesa mais para uns do que para outros, como mostra um estudo encomendado pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP).

– Imposto que pesa proporcionalmente mais. A maior parte do dinheiro da população de baixa renda vai para o consumo de alimentos. Então, esse imposto pesa proporcionalmente mais sobre essa população.

O peso dos impostos no custo daqueles alimentos que a gente consome todos os dias fica bem mais evidente na balança. No caso do quilo do arroz, por exemplo, o que se paga de imposto equivale a 150 gramas, uma xícara. A mesma conta feita com o quilo do feijão dá aporximadamente 120 gramas. Comida suficiente para alimentar duas, até três pessoas.

O que mais puxa para cima o preço dos alimentos é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Em média, 12%. Menos imposto pode ser bom para todo mundo, diz o economista Fernando Garcia (FGV-SP), que coordenou a pesquisa.

– Isso barateia os alimentos, leva a um crescimento econômico, aumento no consumo das famílias de outras mercadorias que continuam arrecadando tributos.

Se isso acontecesse, Seu Antônio poderia oferecer aos filhos mais comida e de melhor qualidade.

– Eles comem bastante. Tudo em fase de crescimento, come igual um touro.

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