Índia elimina a última taxa de exportação de 10% sobre o arroz parboilizado
(Por Cleiton Evandro, AgroDados, Planeta Arroz) A Índia cancelou a taxa de 10% de exportação sobre o arroz parboilizado, informou o governo do país em uma ordem oficial, à medida que os estoques deste maior exportador mundial do grão aumentaram e a expectativa é de uma colheita abundante após as boas chuvas de monções. A decisão de remover o imposto amplia a medida do final de setembro, quando a taxa já havia sido reduzida de 20% para 10% com o objetivo de ampliar as exportações. Como o corte do tributo pela metade não surtiu efeitos, o governo resolveu eliminar qualquer restrição às vendas e fazer frente a países como a Tailândia e o Paquistão, que tiveram crescimento substancial de oferta e participação no mercado internacional.
No mês passado, a Índia também deu sinal verde para a retomada das exportações de arroz branco não basmati. Mas Nova Déli estabeleceu um preço mínimo em US$ 490 a tonelada métrica. Embora esta taxa tenha resistido, e tenha se tornado o piso referencial na Ásia, especialistas acreditam que a pressão de oferta pode fazê-lo recuar e voltar a patamares anteriores à pandemia de Covid-19.
Maiores embarques de arroz da Índia aumentariam a oferta global e diminuiriam os preços internacionais, forçando outros grandes exportadores — como Paquistão, Tailândia e Vietnã — a reduzirem também suas taxas e preços, na opinião de autoridades comerciais e industriais. A decisão de remover o imposto de exportação do arroz parboilizado sinaliza a confiança do governo sobre a safra da nova temporada, disse Dev Garg, vice-presidente da Associação Indiana de Exportadores de Arroz (REA).
Exportações isentas de impostos de arroz parboilizado incentivariam principalmente a volta dos compradores africanos, muito sensíveis a preços, a demandarem grão da Índia, disse BV Krishna Rao, presidente da Associação de Exportadores de Arroz. Por enquanto, a queda nos preços do arroz da Ásia permanece descolada das cotações nas Américas, mais altas, com referências internacionais para a nova safra dos Estados Unidos e baixa competição nos mercados regionais por parte do Mercosul, voltado para suas próprias e sustentadas cotações internas que são mais altas.