Índia, maior exportador mundial está fora do mercado

 Índia, maior exportador mundial está fora do mercado

Trabalhadores fazem a secagem do arroz na Índia

exportações de arroz indiano são suspensas por interrupção da cadeia de suprimentos – indústria.

Os comerciantes de arroz indianos pararam de assinar novos contratos de exportação em meio ao bloqueio nacional para conter a disseminação do coronavírus, já que a escassez de mão-de-obra e as interrupções logísticas dificultaram a entrega dos contratos existentes, disseram autoridades do setor à agência de notícias internacional Reuters, nesta sexta-feira.

A interrupção das vendas do maior exportador mundial está permitindo que países rivais como a Tailândia aumentem os embarques no curto prazo e aumentem os preços globais, forçando milhões de consumidores pobres na África a pagar preços mais altos, disse a agência.

“Os embarques pararam porque o transporte se tornou muito difícil por causa do bloqueio. Os motoristas não estão chegando e a mão de obra não está disponível nas fábricas e nos portos”, disse BV Krishna Rao, presidente da Associação dos Exportadores de Arroz (REA).

Traders indianos pararam de oferecer cotações para compradores no exterior, pois não têm certeza de quando poderiam enviar suas cargas, disseram os quatro principais exportadores à Reuters.

O volume de exportações da Índia caiu quatro a cinco vezes, afirmou Prem Garg, presidente do Grupo Lal Mahal, que exporta arroz para mais de 44 países.

A Índia gradualmente abandonará o bloqueio de três semanas em fases, disse o primeiro-ministro Narendra Modi.

Cerca de 400.000 toneladas de arroz não basmati e 100.000 toneladas de arroz basmati, destinadas à entrega de março a abril, estão presas nos portos ou no percurso devido ao bloqueio, segundo os exportadores.

Nova Deli exporta principalmente arroz não basmati para Bangladesh, Nepal, Benin e Senegal e arroz basmati premium para Irã, Arábia Saudita e Iraque.

Como o Camboja, o Vietnã e Mianmar reduziram suas exportações de arroz, a demanda por arroz indiano aumentou, mas os traders não estão assinando novos contratos, disse Nitin Gupta, vice-presidente do setor de arroz da comerciante Olam India.

A Tailândia, o único exportador chave a oferecer arroz atualmente, viu seus preços de exportação subirem ao mais alto valor em sete anos nesta semana.

Antes do bloqueio, a Índia oferecia a variedade parboilizada com 5% de quebrados por US$ 365 por tonelada (FOB). A Tailândia está agora oferecendo a mesma carga em US$ 540 por tonelada.

"Após o bloqueio, haverá uma enorme demanda por arroz indiano, já que a Índia está em um ponto ideal em termos de oferta de preços competitivos", afirma Gupta, da Olam.

Como a Índia tem vastos estoques excedentes, ela poderá começar a lucrar com a demanda assim que a escassez de mão de obra diminuir, assegura  Rao, da REA.

VOLUMES

As exportações de arroz da Índia em 2019 caíram 18,1% em relação ao ano anterior, para 9,87 milhões de toneladas, a menor em oito anos, com a demanda moderada dos principais compradores asiáticos e africanos. É provável que a Índia produza 117,47 milhões de toneladas de arroz em 2019/20, contra um consumo anual de cerca de 100 milhões de toneladas, com estoques estatais em 31 milhões de toneladas.

Se o bloqueio for estendido ou a pandemia se espalhar entre os principais países compradores, afetando a demanda, a indústria de arroz da Índia poderá sofrer grandes perdas, alerta o grande exportador Vijay Sethia.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter