Indios transformam terras de arroz em pasto de gado

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assegura que antes da transferência dos seis milhões de hectares de terras federais ao Estado de Roraima, feita pelo presidente Lula em janeiro do ano passado, não recebeu nenhum pedido de reassentamento dos arrozeiros. E, agora, não tem mais imóveis rurais para realocá-los.

Os índios da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol transformaram quase 13 mil hectares de arroz, em pasto, que abriga 1.300 cabeças de gado. O rebanho comunitário atende às aldeias localizadas nas regiões de Surumu e Baixo Contigo.

Os rizicultores que ocupavam a TI sem permissâo deixaram o local em abril do ano passado, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade da demarcação da reserva em área contínua, totalizando 1,7 milhões de hectares.

As terras que cultivavam o arroz deixaram a área para a pecuária indígena, que cumpre duas funções: gerar renda aos índios e fornecer o esterco, como adubo orgânico para a produção de alimentos.

Os produtores de arroz ainda estão buscando formas de reorganizar o plantio fora da reserva. Nenhum conseguiu reassentamento.

O presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Nelson Itikawa, irá gastar R$ 500 mil ao ano para utilizar dois hectares no município de Normandia, enquanto na TI Raposa Serra do Sol cultivava 2,5 mil hectares de arroz.

Paulo César Quartieiro, líder dos arrozeiros, não pretende retomar a produção. Segundo ele, o custo para arrendar a área é muito elevado.

Quartiero, também pretende mover uma ação pedindo indenização por danos morais e o lucro cessante pelo tempo em que deixou de produzir por falta de terra.

O Estado de Roraima alega não ter áreas de lavrado disponíveis para destinar aos arrozeiros.

Cerca de 90% das terras são tituladas e os outras 10% estão ocupadas.O governo pretende dar oportunidade para as pessoas que se encontram ali regularizem a posse.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assegura que antes da transferência dos seis milhões de hectares de terras federais ao Estado de Roraima, feita pelo presidente Lula em janeiro do ano passado, não recebeu nenhum pedido de reassentamento dos arrozeiros. E, agora, não tem mais imóveis rurais para realocá-los.

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