Indústria poderá lançar contratos

Produtores ainda preferiam AGFs ou contratos públicos, mas os contratos privados de opção podem ser viabilizados a curto prazo no MT.

Pela primeira vez, a indústria poderá utilizar os contratos privados de opção do Ministério da Agricultura para comprar o arroz dos produtores mato-grossenses. O contrato de opção é um título lançado pelo setor privado, garantindo ao produtor o direito de vender a sua produção com preços pré definidos.

O mecanismo, que já se encontra à disposição da indústria e do produtor, facilita a compra antecipada e amplia o volume da produção amparada com seguro de preço, dispensando a exigência de armazém credenciado.

– O grande atrativo dos contratos é a possibilidade de negociar a produção de Mato Grosso para outros centros consumidores, como o Nordeste, por exemplo – lembra o superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Mato Grosso, Ovídio Costa Miranda.

Ele informou que o lançamento dos contratos de opção no Estado só depende das indústrias.

– O setor deve encaminhar os parâmetros para análise conjunta do Ministério da Agricultura e Conab, com vistas ao lançamento dos contratos de opção por meio dos leilões eletrônicos – explica.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Arroz de Mato Grosso, Marco Antônio Lorga, informou que na última quinta-feira que o setor já está preparando uma proposta para ser encaminhada à Conab. Segundo Lorga, a idéia é repassar, ao produtor rural, um complemento do que a indústria está pagando.

– Acredito que os contratos de opção irão trazer maior tranqüilidade ao setor produtivo, pois irão melhorar a remuneração dos produtores – disse ele.

O novo instrumento para a comercialização do arroz em Mato Grosso, contudo, só vingará se houver consenso entre produtores e indústrias. Na quarta-feira, a diretoria da Associação dos Produtores de Arroz (APA) esteve reunida para avaliar as vantagens e desvantagens dos contratos de opção.

– Para o produtor, este mecanismo de comercialização só será viável no atual cenário se o preço do saco de 60 quilos for fixado em R$ 28,00 – adianta o presidente da APA, Ângelo Maronezzi.

Essa proposta foi encaminhada na quinta-feira à tarde à Conab e aos representantes da indústria, por meio de um ofício. O problema, segundo Maronezzi, é que o mercado está com muita oferta de arroz.

– O ideal seria a União comprar o arroz por meio das Aquisições do Governo Federal (AGFs) para não ficarmos nas mãos da indústria. Outra boa opção seria a compra dos contratos de opção públicos – disse Maronezzi.

Ele teme que o contrato privado não garanta uma remuneração adequada ao produtor, já que os preços de mercados não estão sequer cobrindo os custos de produção.

De acordo com o superintendente da Conab, Ovídio Miranda, o Governo tem liberado em média R$ 15 milhões para a comercialização do arroz em Mato Grosso, por meio das AGFs. Ele informou que 40% da safra deste ano (cerca de 800 mil toneladas) já foi comercializada e, desse total, apenas 14% (112 mil toneladas) foram adquiridos pelo governo.

As aquisições são feitas quando os preços do mercado estão abaixo do mínimo estipulado pelo Governo.

– No ano passado, o governo federal não precisou intervir porque o mercado foi amplamente favorável e os preços para o produtor foram remuneradores – lembrou Miranda.

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