Indústrias fecham acordos para enviar arroz para a UE

 Indústrias fecham acordos para enviar arroz para a UE

Merín: Variedade que se destaca na produção uruguaia

Mercado mundial de cereais segue firme e estimula esperança do produtor.

O mercado mundial de arroz continua ativo e o Uruguai mantém alguns negócios com a União Europeia, correspondentes ao cereal desta safra, cujas colheitas estão previstas para março.

A afirmação foi confirmada ao diário uruguaio El País pelo presidente da Associação dos Cultivadores de Arroz (ACA), Alfredo Lago, com base nos dados das indústrias, exportadoras do cereal.

Lago disse que o mercado mundial "está muito ativo" e confirmou que "há oportunidades muito boas" para o grão uruguaio. Outro bom sinal é que o Brasil "está com mercado muito firme" e a indústria também tenta consolidar negócios.

O Paraguai, outro produtor de destaque na região, continua apresentando um mercado bastante firme e essa firmeza é o que, segundo Lago, "nos faz antever uma visão bastante otimista de quais serão os valores para a próxima safra".

O negócio

No ano passado, Brasil e Peru continuaram sendo os principais destinos das exportações uruguaias de arroz, seguidos do México, que aumentou suas compras em 5%, de acordo com a análise setorial publicada no Anuário do Escritório de Programação e Política Agropecuária (Opypa).

Os altos preços domésticos do arroz no Brasil, impulsionados pela pandemia de Covid-19, mais as restrições impostas por alguns grandes produtores mundiais, elevaram os preços dos cereais.

No caso do México, apesar dos agravos à saúde ocorridos no último ano (causados ​​pelo gorgulho khapra ou Trogoderma granarium), o volume exportado aumentou, principalmente arroz com casca, representando 51% do total de exportações para aquele país este ano.

De acordo com a análise do engenheiro agrônomo Lucía Salgado, integrante da equipe técnica da Opypa, neste ano de 2020 as exportações de arroz apresentaram um comportamento diferente dos anos anteriores devido ao efeito da pandemia provocada pela Covid-19.

Segundo Salgado, outro efeito foi o aumento, após vários anos, dos preços internacionais de exportação, principalmente no período abril-outubro.

Ele argumentou que após nove meses do ano comercial (março de 2020 – fevereiro de 2021) o valor das exportações (US $ 378,8 milhões) está em níveis semelhantes ao das exportações totais correspondentes ao período de março de 2019 – fevereiro de 2020. (EUA $ 378,4 milhões).

Nos últimos anos, as exportações de arroz em casca aumentaram, tendo como destino em 2019 (março-fevereiro) Venezuela, México, Costa Rica e Brasil, enquanto em 2020 (março-novembro) foram Panamá e México. O preço de exportação (média de US $ 302 / t de março-novembro de 2020) no mesmo período aumentou 14%.

Cultivo

Por outro lado, o responsável da ACA confirmou que as colheitas "estão muito bonitas" e continuam a "avançar em bom estado, com alguma floração visível", favorecidas por um clima bom, com elevada radiação solar essencial e temperaturas favoráveis ​​à cultura.

Lago disse que há preocupação com os sistemas de irrigação, que já estão em alta demanda.

A lavoura foi plantada com falta de água em consequência do déficit hídrico que atinge vários departamentos da tradicional região arrozeira oriental. As chuvas recentes ajudaram a amenizar essa falta de água, mas não foram suficientes para recompor os níveis dos mananciais.

A variedade mais plantada é a INIA Merín, que tem um ciclo mais longo e por isso a preocupação com os sistemas de irrigação cresce, pois requer um período de irrigação mais longo em comparação com outras cultivares.

O dirigente da ACA confirmou que a segunda variedade mais plantada nesta safra é o INIA Olimar e depois o INIA Tacuarí – de ciclo mais curto – que já é tradicional dentro da cultura.

A variação que tem ocorrido nos últimos anos é que “há cada vez mais variedades de grão médio e grão curto, com algum arroz aromático”, explicou Lago.

Essas variedades permitem que se diferenciem e alcancem preços mais elevados em determinados nichos de mercado de maior valor.

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