Indústrias negam risco de desabastecimento de arroz e feijão

 Indústrias negam risco de desabastecimento de arroz e feijão

Supermercados estão limitando a venda de alguns produtos básicos

Os comunicados nas prateleiras de alguns supermercados da cidade têm chamado atenção nos últimos dias: compra limitada de arroz e feijão e dava a sensação de risco de desabastecimento.

As indústrias da região de Campinas negaram um risco de desabastecimento de arroz e feijão nos supermercados da região de Campinas. Ontem, matéria apontava que grandes redes da cidade estão limitando a compra desses produtos por clientes e algumas delas, inclusive, estavam enfrentando problemas com o abastecimento. As indústrias negam esse risco, mas confirmam os aumentos no preço dos produtos.

Os comunicados nas prateleiras de alguns supermercados da cidade têm chamado atenção nos últimos dias: compra limitada de arroz e feijão e dava a sensação de risco de desabastecimento.

Uma dessas redes soltou um comunicado reduzindo a quantidade de produtos que podem ser levados pelos clientes. A limitação é de dois pacotes de arroz e dois de feijão e três litros de óleo de soja para cada CPF de cliente. Como justificativa, a rede afirma que está tendo problema com alguns fornecedores que abastecem estoque de arroz, feijão e óleos e, portanto, "estão ocorrendo inflações nos custos e ruptura no abastecimento desses produtos".

Uma das redes, inclusive, disse que essa limitação é para reduzir o impacto do preço alto no bolso dos consumidores e atender a todos. 

VALOR

Produtores informaram que o aumento no valor do arroz foi causado por causa de uma quebra de safra por causa do tempo seco e que o consumo aumentou na pandemia e a alta no dólar também colaborou bastante com o valor.

"O dólar por estar alto e milho e soja, por serem commodities, teoricamente são culturas mais atrativas para o agricultor por serem mais rústicas, fáceis de se produzirem, então isso atrai o agricultor para essas culturas em relação a produção, deixando o arroz e o feijão que são culturas mais sensíveis. Então, logicamente isso fez com que o agricultor procurasse as culturas mais rentáveis porque com a alta no dólar os insumos que são utilizados pelos agricultores sobem", afirmou Alisson Fernando Chiorato pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas)

A maior parte do arroz que abastece a indústria da região vem do Rio Grande do Sul e, nesse período, muitos estão vindo de fora. Como do Paraguai e do Uruguai.

"Como a gente tem uma base de fornecedores tanto de arroz quanto de feijão, o que a gente está tendo que fazer é migrar entre eles. No mercado como um todo não vai faltar arroz e feijão, mas o que as indústrias têm que ter é um pouco de jogo de corpo para achar o produtor que tem o produto no momento", afirmou o empresário Felipe Cabrino.

O secretário de Agricultura do Estado falou sobre as perspectivas para os próximos meses. "Como o ciclo é longo, as decisões são tomadas com antecedência no que cabe a produção. A produção de arroz vai ser iniciada agora. Nós teremos uma colheita em janeiro, então os produtores estão buscando nesse momento fazer sua tomada de decisão aonde plantar. O que plantar e quanto plantar. Acredito que dada esse aumento de demanda os produtores aumentarão em parte a sua produção, mas não pode aumentar de maneira exagerada porque senão ele quem vai sofrer daqui um ano quando os preços tiverem mais baixos. De maneira geral precisa agora é aguardar a próxima safra e trabalharmos com a questão das importações", afirmou Gustavo Junqueira, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento.

A Apas (Associação Paulista dos Supermercados) disse que há um mês tem recomendado aos associados que negociem com fornecedores e que comprem só a quantidade necessária para a reposição dos produtos que mais tiveram aumento.

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