Interminável safra

 Interminável safra

Estado espera anunciar em junho os números oficiais, extraoficialmente, em 7,1 milhões de t

RS encerrou colheita de 839,9 mil hectares quase em junho

Após quase nove meses entre as primeiras operações de semeadura e as últimas de colheita, está encerrada uma longa safra 2022/23 no Rio Grande do Sul, que deixará muitas lições em relação a clima, manejo gestão de custos e de comercialização. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área semeada foi de 839.972 hectares, com redução de 12,2% em relação à temporada passada, quando foram cultivados 957.185 hectares. A lavoura gaúcha do cereal foi a menor dos últimos 25 anos.

A estimativa de produção, ainda segundo o Irga, é de 7,1 milhões de toneladas, a menor em 12 anos. Considerando as estimativas de área e produção, projeta-se, portanto, uma produtividade média de 8.453 quilos por hectare, ou 169 sacas. As estimativas, porém, não consideram eventuais perdas parciais ou totais em algumas áreas, o que pode alterar as médias. No último levantamento parcial divulgado pelo Irga, em cinco de maio, a colheita havia alcançado 96,23% da área semeada, ou 808.279 hectares. Faltavam cerca de 31,7 mil hectares, mas uma semana de chuvas fortes no estado, depois de três anos em que isso raramente acontecia, atrasou a volta das colheitadeiras.

Para a Conab, a redução da lavoura gaúcha de arroz foi menor, de 9,9%, para 862,6 mil hectares, e a produtividade deverá ficar em 8.039 kg/ha para uma produção total de 6.934,4 mil toneladas, com redução de 9,4% do volume colhido. A Emater/RS destoa da estimativa e mantém a indicação de que o Rio Grande do Sul semeou 889.549 hectares e deverá colher, em média, 7.744 kg/ha. Assim, a estimativa de produção é a menor dos três, em 6.888,7 mil t.

A diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, aponta que além das limitações pela baixa disponibilidade de água para a irrigação por três anos seguidos de La Niña, muitas áreas que demandam abastecimento de pequenos cursos d’água foram evitadas pelos agricultores. O entusiasmo pelo cultivo de áreas de soja e milho, que demandam menor volume de água, também somou para o plantio em menores extensões com o arroz.

De maneira geral, mas em especial na fronteira oeste, há queixas de queda na qualidade média dos grãos por causa de um maior percentual de quebrados, situação provocada pelas falhas na irrigação e as altas temperaturas com oscilações para períodos de até menos de 15 graus noturnos no Carnaval. Na média, as melhores lavouras estão na zona sul.

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