Irga a todo o gás

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Mara Grohs: plantio direto e colheita no seco contra a emissão de gases

Instituto prega manejo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa

O mercado de carbono tem ganhado destaque devido às mudanças climáticas e a busca pela redução das emissões de gases de efeito estufa, como CO2, metano e óxido nitroso, que contribuem para o aquecimento global. Apesar do Brasil responder por apenas 3,2% das emissões globais comparado a China, com seus 25%, o nosso país se comprometeu a reduzir as emissões de metano em 36% até 2030.

Em que pese a produção de arroz irrigado brasileira contribuir de forma irrisória para as emissões de metano do país, o tema tem importância internacional e que acaba tendo impactos internos. Embora o arroz não produza metano diretamente, o alagamento do solo favorece a fermentação que libera o gás. Para reduzir essas emissões, é possível manipular fatores como o momento da incorporação da resteva da colheita e o uso de variedades mais produtivas, segundo explicou a pesquisadora Mara Grohs, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). “O sequestro de carbono no solo é fundamental e ocorre quando a quantidade de carbono retida é maior que a liberada”, alertou.

Além disso, segundo Mara, o melhoramento genético do Irga tem contribuindo nas últimas décadas para o aumento da produtividade de grãos em área menor. Isso também acaba refletindo na menor emissão desse gás, quando se considera a quantidade de alimento produzido versus o tamanho da área. “A entrada da soja no sistema produtivo de terras baixas também foi um divisor de águas em vários aspectos, mas pesquisas recentes demonstraram que o arroz cultivado em sucessão à soja reduz em até 60% as emissões desse gás”, enfatizou.

Para a pesquisadora Mara Grohs, o grande desafio do setor produtivo é transformar a lavoura de arroz irrigado de fonte emissora para fonte de sequestro de carbono. “A principal estratégia, que está ao alcance dos produtores, é colher a lavoura com o solo seco e adotar o plantio direto, evitando a mobilização do solo e preservando palha e raízes, o que promove o sequestro de carbono. Essas práticas também ajudam na redução de custos e aumentam a sustentabilidade da lavoura”, finalizou.

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