Irga comemora 75 anos
Instituto é referência internacional em pesquisa e qualidade do arroz.
O Instituto Rio Grandense do Arroz completou, no dia 20 de junho, 75 anos de atividades dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias para a lavoura de arroz. Para marcar a data, a direção da autarquia preparou uma série de atividades para o seu público interno durante a Semana de Integração Técnica e Institucional, que ocorreu de 15 a 19 de junho, em suas unidades de Cachoeirinha e Porto Alegre.
O ponto alto das comemorações aconteceu no dia 18 de junho, com um jantar no Centro de Eventos da Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. Na sexta-feira (19) foi realizada uma cerimônia no Auditório Joaquim Monteiro da Cunha, na sede do Irga, em Porto Alegre, que homenageou ex-presidentes e colaboradores que se destacaram em favor da construção da história do instituto.
A história do Irga teve início em 12 de junho de 1926, com a fundação do Sindicato Arrozeiro do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Entretanto, a instituição só passou a existir oficialmente a partir de 31 de maio de 1930, com a publicação do Decreto nº 7.296. A iniciativa tinha como objetivo dinamizar a cultura orizícola no estado, desenvolver ações de pesquisa e proporcionar assistência técnica aos produtores.
Em 20 de junho de 1940, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) foi criado como entidade pública através do Decreto-lei nº 20, tendo como finalidade principal incentivar, coordenar e superintender a defesa da produção, da indústria e do comércio de arroz produzido no estado.
Em 31 de dezembro de 1948, o Irga foi institucionalizado através da Lei nº 533, que teve nova redação em 2011, sendo alterada pela Lei nº 13.697, que vigora até os dias atuais. Ainda antes da criação de fato do Irga houve o estabelecimento, em julho de 1939, da Estação Experimental do Arroz (EAA) no município de Cachoeirinha.
Ao longo deste período a instituição consolidou-se como uma referência internacional em pesquisa com arroz, exercendo papel fundamental no crescimento da produção e na difusão junto aos agricultores das práticas de manejo adequado, que têm propiciado a economia no uso de recursos e o aumento de produtividade.
Também é importante ressaltar o serviço de extensão Dia de Campo prestado pelo Irga junto aos produtores gaúchos, que é um instrumento importante na organização e no desempenho do setor.
Este trabalho consiste na orientação aos rizicultores sobre aquelas atividades de manejo da cultura em que se busca difundir o emprego das melhores práticas produtivas e organizacionais, além de atividades de capacitação de produtores por meio de cursos e palestras.
DESTAQUES
No campo da tecnologia, o trabalho de pesquisa e extensão realizado pela entidade resultou em grandes avanços para a cultura. Vale lembrar as primeiras variedades desenvolvidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), como a BR Irga 409, que representou um marco tecnológico na lavoura arrozeira do RS, e a BR Irga 410, lançada um ano depois.
Em 1991 o instituto desenvolveu sua primeira cultivar exclusiva, batizada de Irga 416, consolidando o arroz gaúcho como top de qualidade no país. Em 2002 foi a vez da primeira cultivar Clearfield, denominada Irga 422CL.
Outro grande avanço decorrente do trabalho de pesquisa feito pela entidade foram os saltos de produtividade obtidos pelas lavouras a partir de 2003. Na safra 2000/01, por exemplo, eram colhidas em média no estado 5,6 toneladas por hectare. Em 2010/11 este desempenho alcançou as 7,7 toneladas por hectare.
A partir daí o Irga passou a ampliar ainda mais seu leque de pesquisas, como o cultivo de arroz no sistema de rotação com a soja e o milho, que além de fornecer uma alternativa econômica para a Metade Sul do estado, constitui-se de uma importante ferramenta de controle para o arroz vermelho. Este trabalho resultou na primeira variedade de soja adaptada às regiões de várzea: a Tec Irga 6070RR.
A mais recente novidade nesta área é o projeto Soja 6000, lançado em julho deste ano durante o 1º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Brasil, realizado no Hotel Deville, em Porto Alegre. O projeto faz parte do programa de manejo de soja em áreas de arroz irrigado para alta produtividade do Irga e o nome foi escolhido a partir da sua meta, que é atingir uma produtividade de 6 mil quilos por hectare.
Os objetivos principais do Soja 6000 são desenvolver práticas de cultivo para a obtenção de altas produtividades de soja, operacionalizar um sistema de transferências de informações e gerar e difundir tecnologias neste segmento. A apresentação deste projeto é um dos pontos altos da programação que está sendo preparada pelo Irga para o Dia do Arroz, que acontecerá em 31 de agosto, durante a 38ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer 2015).
FUTURO
O compromisso com a geração de conhecimento e o desenvolvimento tecnológico, que sempre orientou a atuação do Irga desde sua criação, é também a chave para novas conquistas não apenas no âmbito da lavoura de arroz, mas para a agricultura do RS como um todo. Atualmente o instituto trabalha na elaboração de um planejamento estratégico visando o ano de 2025 cujo objetivo é colocar o arroz produzido no estado na liderança mundial em termos de qualidade e produtividade.
Uma das metas estabelecidas pela direção da autarquia é ampliar a produtividade média do cereal para 7,8 toneladas já na safra 2015/16, bem como aumentar para 40% a participação das cultivares desenvolvidas pelo Irga nas lavouras gaúchas. Outra medida é dar continuidade ao trabalho de fomento às exportações para que o RS possa escoar anualmente 15% de sua produção para o mercado externo.