Irga dá o segredo da produtividade

Proposta é diminuir sementes e aumentar cuidados com o solo.

O Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) e Fundo Latino-americado de Desenvolvimento do Arroz Irrigado (Flar) promoveram em Cachoeira do Sul (RS), nesta quinta e sexta-feira, dias de campo para apresentar os resultados do projeto Tecnologia para Alta Produtividade (TAP). A pesquisa tem como objetivo mostrar aos produtores que receitas simples podem elevar em dois mil quilos a média da produtividade da lavoura de arroz. As orientações são simples e baratas: plantar na época certa, diminuir a densidade de semeadura de grãos por hectares e adequar a adubação do solo.

Os números apresentados em Cachoeira do Sul, nas propriedades de Enídio Vogel e Alberto Milbradt, mostram que é possível atingir uma produtividade média de até 10 mil quilos de grãos de arroz por hectare. Os cerca de 70 produtores que participaram dos dias de campo ouviram as explicações dos engenheiros agrônomos Luciano Carmona e Edward Pulver. O projeto de pesquisa está no primeiro ano de resultados com trabalho feito em 17 lavouras experimentais em várias regiões do Rio Grande do Sul.

O projeto Tecnologia para Alta Produtividade mostra aos produtores que é possível diminuir o volume de sementes lançadas ao solo e obter resultados melhores que o das áreas com maior densidade de semeadura. Um produtor que planta 180 quilos de semente com o espaçamento de linhas de 15 centímetros lança ao solo de 130 a 150 sementes por metro linear.

Os cálculos mostram que é mais de uma semente por centímetro e isso provocará a competição entre as plantas. “É um desperdício de sementes, pois o recomendado é no máximo 80 pés de arroz por metro linear”, observa Luciano Carmona.

O engenheiro agrônomo Edward Pulver é norte-americado e há 30 anos trabalha na américa-latina em busca da melhoria no sistema de produção de arroz. Segundo ele, com uma menor quantidade de sementes, o produtor vai economizar e poderá investir em produtos de melhor qualidade e dar um melhor tratamento às sementes. Edward Pulver recomenda técnicas paralelas para combater o arroz vermelho e o uso de variedades que tenham ciclos longos de produção, como as cultivares de 140 a 150 dias.

No dia de campo na propriedade de Alberto Milbradt, na localidade de São Nicolau, representantes do Fundo Latino-americado de Desenvolvimento do Arroz Irrigado dos Uruguai, da Colômbia, da Venezuela e da Costa Rica estiveram presentes para acompanhar o trabalho de divulgação dos resultados do projeto. Na propriedade, a área experimental atingiu uma produtividade de 10 mil quilos de grãos por hectare. Em uma lavoura experimental na cidade de São Gabriel os pesquisadores conseguiram atingir a marca de 13,1 mil quilos de arroz por hectare.

RECEITA SIMPLES GARANTE RESULTADOS

O arroz cultivado em Cachoeira do Sul no projeto Tecnologia da Alta Produtividade é da variedade Irga 417, um dos mais usuais entre os produtores gaúchos. Segundo os técnicos, os bons resultados podem ser conquistados com qualquer tipo semente de boa qualidade.

A proposta é plantar o cereal levando em conta a sua época de floração. “O arroz precisa florescer em janeiro, garantindo uma grande quantidade de luminosidade e radiação solar”, observa Luciano Carmona. As variedades de ciclo mais longo deve ser plantadas até o dia 15 de outubro e as mais curtas até meados de novembro.

Usar variedades de arroz com ciclos mais longos de produção garante um melhor desempenho da planta, pois ela terá um maior tempo para se recuperar de qualquer stresse sofrido durante o seu desenvolvimento.

A adubação do solo deve ser feita com fósforo, potássio e nitrogênio. A quantidade maior a ser aplicada é de uréia, girando na casa de 300 quilos para cada hectare.

A densidade de semeadura fica na casa dos 100 quilos para cada hectare. O resultado do conjunto de ações está diretamente ligada ao combate de plantas invasoras, principalmente o arroz vermelho.

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