Irga desenvolve tecnologias para cultivo de milho em várzea

 Irga desenvolve tecnologias para cultivo de milho em várzea

Experimento do Irga em Santa Vitória do Palmar

Irga desenvolve projeto em que avalia alternativas de cultivo em várzea, com suas respectivas tecnologias de manejo.

O Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) está desenvolvendo projetos de avaliação de cultivos alternativos em várzea, para serem utilizados em rotação com o arroz para ampliar as ferramentas de controle do arroz vermelho entre outras invasoras, pragas e doenças. A meta é oferecer aos arrozeiros gaúchos uma série de tecnologias de suporte para o manejo de culturas tradicionalmente conduzidas em ambiente de sequeiro, casos da soja, do milho e do sorgo. A soja é a mais utilizada, com cerca de 250 mil hectares cultivados na safra 2012/13 no Rio Grande do Sul, seja por motivos econômicos ou rotação com o arroz para quebrar o ciclo de pragas e doenças ou, principalmente, controlar o arroz vermelho.

Mas, um dos destaques dos experimentos nesta temporada é o cultivo de milho em várzea, também visto como uma alternativa econômica muito interessante, uma vez que o Rio Grande do Sul vem acumulando déficit de produção deste grão nas zonas de sequeiro. Até a primeira semana de 2013, o milho em várzea vem dando uma resposta muito boa à tecnologia aplicada nas estações experimentais do Irga em Cachoeirinha, Santa Vitória do Palmar e Cachoeira do Sul. “A meta deste trabalho é, além de buscar alternativas de cultivo em várzeas e o controle de doenças, pragas e invasoras, como o arroz vermelho, alcançar a sustentabilidade da lavoura de arroz com a geração de renda ao produtor”, revela o pesquisador Rodrigo Schoenfeld, especialista em manejo que acompanha de perto a evolução deste projeto.

Schoenfeld revela que o foco do projeto em seu primeiro ano é analisar a viabilidade do cultivo de milho em áreas de arroz irrigado. Estão sendo conduzidos ensaios nas estações experimentais citadas e nas unidades de observação em Camaquã, Agudo e Santa Vitória do Palmar. “O ensaio consiste na utilização de quatro híbridos comerciais de milho semeados em duas épocas de semeadura, preferencial e tardia, com e sem irrigação, e essa última variando em sulco e por aspersão”, revela.

A expectativa de produtividade fica entre oito e 8,5 toneladas de milho por hectare nas demais estações e unidades, e até 10 toneladas na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha, que será uma das vitrines de apresentação da tecnologia para mais de 2 mil produtores no tradicional Dia de Campo do Irga. A expectativa é de colher o milho no dia 15 de fevereiro. Extraoficialmente, o setor estima que cerca de 15 mil hectares de várzeas estão semeados com milho, mas a produtividade dependerá muito do clima e da tecnologia agregada. Apesar de experiências não tão positivas no passado, a evolução das variedades e híbridos de milho acrescentou maior capacidade produtiva à gramínea em terras baixas.

Vale lembrar que embora muitos produtores tenham investido em drenagem, considerada uma ferramenta fundamental para o bom desempenho das culturas alternativas em várzea, o Irga ainda não dispõe de uma recomendação técnica para milho consolidada. Este é o primeiro ano da pesquisa sob este formato, cujos resultados devem ser publicados para o Seminário do Arroz Vermelho, em junho, em Porto Alegre, e aplicados na próxima safra com a ampliação das unidades de pesquisas do Irga, outros centros de pesquisas e dos próprios produtores.

1 Comentário

  • Boa noite!
    Estou escrevendo um artigo de conclusão de curso sobre Milho na Várzea, e se possível gostaria mais informações no assunto.

    Att
    Rafael Lenz.

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