Irga divulga estimativa da Safra 2013/2014

Safra começa com boas condições de clima e mercado estável; RS deve semear 1.100.347 hectares de arroz;Serão cultivados 296.442 mil hectares de soja em rotação com arroz uma área 9% maior..

Uma área semelhante à última safra de arroz, esta é a estimativa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) que prevê um aumento de 2% na área. Na Safra 2013/2014 os produtores gaúchos devem semear 1.100.347 hectares, na anterior a área foi de 1.078.833 hectares.

Para o presidente do Irga, Claudio Pereira, nesta safra as condições climáticas estão mais favoráveis ao plantio, no mesmo período no ano passado havia recursos hídricos para apenas 54% da área, neste ano 93% da área já está garantida. “Com as boas condições do clima e com o mercado de arroz e soja estabilizado, devido aos preços atrativos, o Irga acredita que os produtores terão uma colheita com ótimos resultados”, afirma.

Nesta safra a expectativa é que a produtividade aumente 3,2% passando de 7.497 quilos por hectare, para 7.733 quilos por hectare. Segundo o meteorologista do Irga, Glauco Freitas, na safra anterior houve excesso de chuva nos meses de outubro e dezembro e prejudicaram fortemente a semeadura e os tratos culturais na fase de implantação e desenvolvimento inicial do arroz, principalmente na Região da Fronteira Oeste. “Essas adversidades climáticas proporcionaram uma queda na produção e produtividade dessa região, que normalmente está na liderança no Estado. Por outro lado, as regiões da Campanha e Zona Sul tiveram menor precipitação nesse período e foram as mais produtivas com média de 7,8 mil quilos por hectare na Safra 2012/13.”, acrescenta.

As regiões da Depressão Central, Fronteira Oeste e Planície Costeira Externa, já estão com 100% da capacidade dos mananciais, o que garante uma estabilidade hídrica para toda a área destinada à lavoura. As intenções de plantio das regiões são: 150.614 mil hectares, 328 mil hectares e 140 mil hectares, respectivamente.

A região da Campanha que na safra passada registrava a situação mais crítica no Estado, no mesmo período a reserva hídrica era de 32.8% para iniciar o plantio, este ano registra o índice de 88% de capacidade garantida, e a intenção de plantio é de 162.600 mil hectares.

A Planície Costeira Interna, nesta safra planeja semear 140 mil hectares e a Zona Sul 180 mil hectares, ambas estão com a capacidade hídrica em 85%.

SOJA:

Para a safra 2013/2014 existe a intenção de plantar soja em rotação com arroz numa extensão de 296.442 mil hectares, uma área 9% maior que a safra anterior. A região da campanha é que tem a previsão de plantar uma área maior serão 96.6 mil hectares, seguidos da Zona Sul que deve semear 80 mil hectares e aumentar a área em 56,9%. A Planície Costeira Interna irá plantar 60 mil hectares de soja em áreas de arroz, a Depressão Central, 36.962 mil hectares, a Fronteira Oeste, 13 mil hectares e a Planície Costeira Externa, 9.880 mil hectares.

CLIMA:

Para o meteorologista do Irga, Glauco Freitas, a tendência é de pouca chuva e com distribuição irregular durante a primavera no Estado. Nas localidades próximas do Uruguai e do Litoral Norte os volumes de chuva podem ser um pouco maiores, mas mesmo assim abaixo da média para o período. “A previsão é de redução de 20 % a 40 % nas chuvas da primavera em relação à média histórica e o verão também deverá ser mais seco”, diz Freitas.

Apesar da previsão de uma primavera mais seca, Freitas adverte sobre a possibilidade de ocorrência de fenômenos mais extremos e a concentração de altas precipitações em locais específicos. Em relação à temperatura, a primeira quinzena de setembro e todo o mês de novembro podem ser mais frios, contrariando as previsões para outubro quando as temperaturas serão mais elevadas.

Com base nas indicações do clima, o diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, recomenda aos produtores que aproveitem as oportunidades de semeadura na época preferencial, principalmente na segunda quinzena de setembro e no mês de outubro, que prometem ser menos chuvosos e com temperaturas mais adequadas a germinação do arroz. “As cultivares de ciclo longo e médio devem ser semeadas no início do período e as de ciclo curto no mês de outubro, preferencialmente na segunda quinzena”, adverte.

Segundo o meteorologista, a primavera, será bem diferente da do ano passado com isso, os trabalhos de manejo das terras e de semeadura serão facilitados e podem ser realizados na época correta. “É muito importante que os orizicultores realizem a semeadura na época preferencial e que aproveitem a umidade do solo, que somada a ocorrência de temperaturas mais elevadas facilitarão a emergência das plântulas de arroz e de soja com maior rapidez e vigor”, destaca Lopes.

Para o verão Freitas está prevendo chuvas abaixo da média, podendo ocorrer algum evento de muita chuva localizada em curto período de tempo, especialmente no Oeste e na Campanha.

Alerta ainda que há probabilidade de estiagem nos meses de Janeiro e Fevereiro, com maior estresse hídrico no primeiro mês do ano de 2014. Lopes alerta aos produtores que não ampliem as áreas de cultivo para além do possível de irrigar com a água armazenada nas barragens e açudes, que mesmo estando em situação muito favorável esse ano, com a maioria na capacidade máxima, poderá haver consumo excessivo no período de seca. Mais importante ainda será para os que dependem de fontes naturais.

8 Comentários

  • Só tem uma coisa que o Irga não fez nenhum prognóstico… Como plantar arroz com essa chuvarada que vai cair entre agosto e novembro??? Ano passado já tinham plantado muito arroz… Estava bem mais quente o solo… Como se diz lá na fronteira: “os rios estão bufando, as sangas saindo prá fora e os valetão não tão dando vencimento”… As várzeas estão despejando água… Quando os tratores poderão entrar nessas terras??? Por outro lado, recordo-me que no ano passado a previsão era de que venderiamos arroz a R$ 27 na safra… E em 2014 o que dizem os “astros” sobre os preços??? Porque ninguém tá preocupado com isso nesse ano e no ano passado era só o que falavam de agosto a outubro??? Vamos rezar para que São Pedro e São Miguel tranquem as torneiras… Porque senão plantaremos arroz somente lá por novembro ou dezembro… E dai meus amigos vocês sabem qual o perigo do arroz do tarde!!! Prognósticos, previsões, são meras conjunturas falíveis ao clima e a tecnologia… São meras estimativas lançadas a esmo de forma a tornar o mercado mais tranquilo e estável… No fundo ninguém sabe o que irá acontecer… A previsibilidade no agronegócio é muito complexa… Entre o arar a terra e o colher muitas etapas são percorridas… Muitas coisas acontecem… Até hoje não entendo como fazem levantamento de área se metade dos produtores não tem acesso ao crédito agrícola… Gostaria que alguém me explicasse como são feitas essas estimativas… Por satélite não dá para sabe se o sujeito vai plantar arroz, ou soja, ou milho, ou sorgo… Temos que reduzir essa área mais uns 10%… E dai na colheita sairemos vendendo a R$ 35… Se construirmos silos e secadores talvez até consigamos melhores preços… A soja do jeito que está indo vai valer R$ 80 frouxo na safra… Não tem quem segure o dólar que vai aos R$ 2,70… Não sei até quando o BC vai queimar dólares em leilões de swaps… Abram o olho pessoal e planejem bem a sua safra… A hora é agora!!!

  • é sr Flavio niguem sabe como fazem estas estimativas e para depois ter que desdizer mas se for esta a realidade o presidente do irga e outras entidades já comecem a fazer um plano para a comercialização para que o preço do arroz não caia como em outros anos que ninguém se preocupou com a comercialização tomara que o produtor veja esta estimativa e reduza sua área para que tenhamos preço melhor

  • TE MEXE ARROZEIRO:

    Assisti com meu amigo Chemale e minha esposa vereadora Verônica à reunião da Câmara Nacional do Arroz, na Expointer. Se nossas entidades não se mexerem com muita urgência e muito ENERGIA, vamos ter muitas dificuldades na comercialização da próxima safra. Temos que nos preparar.
    O amigo José Leopoldo está coberto de razão.

  • O governo prefere atacar as Elites do que a causa da inflação… Pura política eleitoreira… Demagogia que delicia o povão…. Ah povão que nada sabe e nada vê… Por isso estão fazendo de tudo para que o preço do arroz, feijão e tomate não subam… Essa é a forma de mascarar a inflação real que nos come por uma perna… Essa retórica de populismo ou comunismo vai afundar o País e nós produtores juntos… Observem as grandes indústrias comprando outras aqui na Argentina, Uruguai, Paraguai… Estão preparando terreno e logística para monopolizar o arroz na américa latina… Assim como a Petrobrás invadiu a América Latina, as grandes arrozeiras estão seguindo o mesmo caminho… Seria a globalização ou monopolização via Mercosul?… Em breve, muito em breve, sabem eles o Brasil importará mais arroz do que produzirá… TE MEXE ARROZEIRO… Faz horas que digo aqui nesse espaço que enquanto formos divididos, enquanto não tivermos essa consciência de classe de nada adiantará… Acreditar que só nossas lideranças e nossos políticos vão mudar o quadro da rizicultura é o mesmo que plantar gelo acreditando que se vai colher picolé… Talvez no ano que vem terá senador(a) que se elegeu em cima do agronegócio pedindo voto para o governo do estado… Terá Deputado Federal tentando o senado e assim por diante, deputado estadual querendo ser federal… O velho blá-blá-blá de sempre, enquanto isso estaremos vendendo arroz a vinte pila… Até lá estaremos abandonados jogados a nossa própria sorte… Não é isso??? Então meus colegas e amigos desse espaço lhes digo uma coisa… estão nos vendendo gato por lebre… E peço que reduzam mais área e plantem mais soja, mais milho, criem mais gado… Cabe a nós dar a resposta para esse governo que não nos deixa ter renda… Cabe a nós construir o nosso próprio caminho… Com inteligência e união venceremos os obstáculos mais uma vez!!! E o governo, e digo mais uma vez, a indústria (a grande) conta com o nosso erro!!! Se querem mesmo que plantemos, que nos garantam renda… Vender arroz a R$ 34 já não é lucrativo, imaginem vender a vinte pila… QUEREM EXTERMINAR COM OS ARROZEIROS DO SUL… Em breve terá mais onça-pintada do que arrozeiro aqui no RS… Porque para eles somos a MALDITA ELITE… Pois que façam isso com respeito e dignidade!!! Ou terão que importar ARROZEIROS CUBANOS também!!!

  • Eu já vi esse filme antes, os produtores em reuniões e rodas de chimarrão com os amigos e até aqui no site, todos proclamam a redução de área plantada, mas tem um detalhe que ninguém fala, reduzir a área plantada do vizinho e não a sua própria área, por que essa ele quer é aumentar. Então meus amigos, ficam uns mentindo para os outros, não se organizam e depois vem a consequência disso, muita oferta e o preço cai, bom, aí tem que ter um culpado, pergunto, quem serão os culpados e a resposta para todos é unânime, INDÚSTRIA e GOVERNO. E o ciclo se repete, a choradeira bate e os nosso ouvidos que sofram com isso. OLHO VIVO PESSOAL.

  • Qual é o seu propósito Sr. Alexandre??? Colocar o produtor contra o produtor??? É justamente porque a classe é desorganizada e que precisamos evoluir é que trocamos idéias nesse espaço… Desde que isso começou muitas decisões foram tomadas e muito se avançou em termos de classe e de planejamento… O aumento do plantio de soja é o melhor exemplo… E se o sr. goste ou não goste está dando certo para muita gente… Já disse uma vez e repito de novo… Não planto arroz… Já plantei… Hoje sou advogado… Não tenho o menor interesse em pedir para o pessoal reduzir área e para mim plantar mais ou algum familiar… Simpatizo e tenho muitos amigos arrozeiros, inclusive familiares… Realmente tem produtores que “escondem o leite”, que torcem para que o vizinho diminua a área para poderem abocanhar o que sobrar… O tal de olho gordo existe mesmo… Nisso seu Alexandre não vou lhe tirar a razão… Mas a grande maioria está percebendo que a união faz a força e está mudando os rumos do seu negócio… A união que falo é através da busca de alternativas para aumentar a renda com a rotação de cultura… Os ambiciosos… Que para mim representam a minoria… Aqueles que querem tudo para si em breve pagaram o preço de seus exageros e desvaneios… Afinal é pai rico, filho nobre e neto pobre… Já falei e repito… Quem está bem… É o produtor engenho, o produtor indústria, o produtor comerciante e as grandes indústrias que tem lobby junto ao governo… Os demais ainda estão remando para pagar contas do século passado… E isso não é choradeira… Lhe peço uma coisa seu Alexandre: Deixe as pessoas de bem que sonham com uma classe fortalecida, com uma produção ajustada e com expectativa de ter lucro trabalharem em prol do crescimento coletivo… Isso será saudável para todos… Do contrário, repito, teremos mais onças-pintadas do que produtores em breve aqui no RS…

  • Ano que vem, safra 13/14, vamos ter problemas.

    Enquanto não enfrentarmos e RESOLVERMOS o problema do arroz desnecessariamente importado do MERCOSUL, pois somos auto suficientes, não vamos encontrar a necessária e justa remuneração.

  • Caro Flavio e demais colegas: a única maneira de resolvermos essa situação dos orizicultores é eliminar de uma vez por todas, os falsos incentivos para que se plante arroz. Estou falando que, enquanto existir preço mínimo, as coisas vão continuar do jeito que estão. Muitos continuarão plantando porque acreditam que serão salvos pelo governo ou entidades de classe, ao invés de fazerem uma análise acurada dos seus custos e plantar somente se tiverem certeza de que vão ter algum lucro na atividade. O resto é balela, nunca vamos conseguir que milhares de produtores obedeçam a uma decisão central, seja ela de quem for. O comunismo tentou isso e deu no que deu. Sei que poucos conseguem entender esse ponto de vista, mas com certeza o livre mercado e a liberdade de escolha é a única saída para o nosso negócio. Reflitam, já que até o governo agora decidiu que o preço mínimo do nosso arroz não deve aumentar. Talvez seja hora de repensar as políticas setoriais e aproveitar a oportunidade para uma mudança de rumo na nossa atividade.
    É o que penso há muito tempo. É a minha modesta contribuição ao debate sobre os rumos da produção de arroz no sul brasileiro. Saudações a todos.

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