Irga e CCGL TEC lançam a TECIRGA 6070RR

Primeira cultivar de soja registrada para o cultivo comercial no Rio Grande do Sul para solos arrozeiros;.

A 36ª Expointer foi o local escolhido para o lançamento da primeira cultivar de soja destinada para áreas de várzeas do RS. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em parceria com a CCGL Tecnologia lança no dia 28 de agosto, às 16h, na Casa do Irga, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Um convênio firmado entre as duas entidades permitiu o desenvolvimento da TECIRGA 6070RR, a cultivar de soja adaptada ao sistema de cultivo em terras baixas com maior tolerância ao excesso hídrico e alta produtividade. A variedade é indicada para a rotação com a cultura de arroz irrigado.

Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, este novo produto fortalece a política implementada pelo Governo do Estado, de estimular a rotação de culturas para diversificar a renda do produtor. “Estamos propondo aos produtores de arroz, novas alternativas para o planejamento da próxima safra, para que a produção de arroz esteja adequada às necessidades do mercado e para que, desta forma, possamos evitar superproduções que acabam derrubando os preços aos produtores rurais”, justificou Mainardi.

Na safra 2012/2013 foram cultivados 282.048 mil hectares de soja em rotação com o arroz. De acordo com o presidente do Irga, Claudio Pereira, o desenvolvimento da TECIRGA 6070RR vai ampliar as fontes de renda ao produtor, pois esta é uma variedade adaptada principalmente às condições de solo e da agricultura da Metade Sul do Estado, região que tradicionalmente produz somente arroz e gado.

Pereira salienta que além dos benefícios econômicos gerados pela existência de outro produto para a comercialização, também temos aqueles ocasionados pela redução de custos e pela melhoria da qualidade do arroz. “A soja sendo uma planta da família das leguminosas é fixadora de nitrogênio no solo e o seu cultivo em rotação com o arroz melhora a fertilidade e a estrutura física do solo além de proporcionar maior eficiência no controle de plantas daninhas, na redução do arroz vermelho, maior produtividade, redução de custos e impactos ambientais”, complementa.

Para Pereira as vantagens são inúmeras, pois a área atual cultivada com arroz representa menos de um terço da área total disponível no RS e, portanto, a introdução da soja não implica na diminuição da área deste importante cereal. Ainda, em anos de estiagem existe a possibilidade de suplementação hídrica na cultura de soja, com baixo custo, estabilizando a produtividade ao longo dos anos.

O vice-presidente da CCGL TEC, Darci Hartmann, lembrou que atualmente, a CCGL tem associadas às principais cooperativas agropecuárias gaúchas, o que representa um universo de 171 mil produtores rurais, em mais de 350 municípios do Rio Grande do Sul. E conta com três unidades e negócio: CCGL LOG, CCGL TEC e CCGL LAC. “Nós entendemos que é fundamental nós termos um centro de tecnologia, para que nossos associados não fiquem dependentes de empresas terceiras, por isso, para crescermos é importante fazer parcerias como esta que fizemos com o Irga de desenvolver as tecnologias que o produtor necessita”, conclui.

O diretor técnico do Irga, Sérgio Lopes, comenta que a TECIRGA 6070RR foi desenvolvida a partir da base genética da CCGL TEC, onde a cultivar foi selecionada e testada nas condições de solos de arroz irrigado pela equipe técnica do Irga. “Foram diversos experimentos conduzidos ao longo de três anos, que possibilitaram a identificação da tolerância ao excesso hídrico desta variedade que a faz indicada para o cultivo em solos arrozeiros”, afirma.

Lopes lembra que além da alta tolerância ao excesso hídrico da TECIRGA 6070RR, também se pode aliviar os efeitos danosos da água com ações de manejo, como o plantio em microcamalhões. Outra tecnologia para a rotação de culturas que o Irga desenvolveu, foi a semeadeira construída em parceria com a Industrial KF.

Rotação de Culturas:

A soja é a espécie produtora de grãos mais indicada para iniciar um sistema de rotação de culturas. A pesquisadora do Irga, Claudia Lange, lembra que a soja ao pertencer a uma família botânica distinta da família do arroz, garante, por meio do cultivo intercalado, a quebra de dominância de plantas daninhas, principalmente o arroz vermelho, pragas e moléstias.

A cultura da soja também contribui para melhoria da fertilidade do solo, o que beneficia o estabelecimento de plantas de cobertura e de pastagens de inverno, facilitando a adoção da integração lavoura-pecuária, além de viabilizar o emprego do plantio direto no cultivo do arroz irrigado. “São dois sistemas de produção reconhecidamente conservacionistas no tocante ao ambiente de cultivo, que contribuem fortemente para a sustentabilidade econômica e ambiental da produção agrícola”, comenta Lange.

3 Comentários

  • Uma luz enfim, no fim do túnel. Ótima notícia para quem participa da orizicultura de alguma maneira. Uma alternativa excelente para o produtor de arroz diversificar seu plantio, visto que o mercado da soja explodiu nos últimos dias com as péssimas notícias do cultivo americano da oleoginosa. Trabalho com a venda do óleo de soja e o produto subiu 20% na última semana devido as tendências das safra americana. Já que os custos de produção quase se igualam ao preço vendido do arroz, essa alternativa da TECIRGA 6070RR é uma boa notícia para o setor. Espero que seja bem aceita e que traga mais lucro ao produtor já no próximo ano, ano que a Soja vai estar nas altuuuras…..

    Soja Bem Vinda.

  • A TEC IRGA é muito bem vinda mas, já temos variedades com excelente produtividade na varzea. Pra mim soja na varzea não é novidade. Eu e meu irmão plantamos soja em rotação com arroz a 6 anos com produtividade média superior a 3000 kg por hectare. Nesta safra colhemos 858 toneladas de soja e 819 toneladas de arroz. Só não planta soja na varzea quem não quer.

  • Eraldo – acompanho teus comentários e parabenizo vocês pelo que estão fazendo e por divulgarem as vantagens dessa rotação.
    Cumprimentos à Dra. Claudia Lange, Dr. Anderson Vedelago e a todos pesquisadores do IRGA e funcionários que há anos veem desenvolvendo pesquisas agropecuárias em soja e agora estudam o milho na várzea.

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