Irga e Emater projetam queda de 10% na área semeada no Rio Grande do Sul
(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e a Emater/RS, ambas instituições do Governo do Rio Grande do Sul, resolveram falar a mesma língua e cravaram números iguais para a intenção de plantio dos agricultores gaúchos para a safra de arroz 2022/23. E a previsão foi de um corte maior do que o esperado nas áreas de cultivo do grão. A redução de área chegará a 9,9% sobre os 957,1 mil hectares que receberam sementes na temporada passada, e o terreno cultivado neste novo ciclo produtivo deverá somar 862,9 mil hectares, segundo o primeiro levantamento dos organismos estaduais.
É importante lembrar que 33 mil hectares foram perdidos em 2021/22 por causa da estiagem que impediu a reservação de água para a irrigação. Boa parte destes não deve ser cultivada na atual temporada porque há uma previsão de que pelo terceiro ano seguido o Sul do Brasil esteja sob impacto do fenômeno climático La Niña.
A base desta redução está na incerteza de valorização do arroz após a próxima colheita e a alta dos custos de produção que inviabilizou algumas lavouras. Mas, também há um maior interesse e a melhor estrutura das lavouras para adotarem a intensificação e a rotação de cultivos com milho, previsto em pouco mais de cinco mil hectares, e soja – com um salto para 505 mil hectares – em terras de arroz.
Com o advento de tecnologia que permite aos produtores optarem entre os cultivos ou montar um sistema de produção em rotação de culturas, defensivos e recuperar áreas inçadas por plantas daninhas resistentes aos herbicidas, a soja deve avançar 19,7% nas terras baixas gaúchas. O salto é de 83 mil hectares a mais do que a superfície plantada em 2021/22. Na Fronteira Oeste o Irga projeta o avanço da oleaginosa em 42%.