Irga identifica o exército da brusone
Biologia molecular permitiu a descoberta de cinco tipos de fungo
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A utilização de modernas técnicas de biologia molecular permitiu aos pesquisadores do Instituto Rio-grandense do Arroz identificar no Rio Grande do Sul cinco tipos distintos do fungo Pyricularia grisea, agente causal da brusone do arroz. O trabalho é coordenado pelo fitopatologista e consultor do instituto João Maciel e apresenta como objetivo geral desenvolver cultivares de arroz que apresentem resistência durável aos tipos do fungo que ocorrem no estado.
De acordo com João Maciel, a grande dificuldade dos programas de melhoramento de arroz em todo o mundo é obter cultivares que apresentem resistência à doença por um longo período. O principal motivo para esta "quebra ou perda" da resistência é a variabilidade do fungo. Dessa forma, conhecer e verificar quais são os tipos do patógeno que ocorrem no local a que se destina às cultivares produzidas em qualquer programa de melhoramento constituem-se em uma ação básica.
A identificação dos tipos moleculares presentes no Rio Grande do Sul é baseada em um sistema de amostragem que envolve praticamente todos os escritórios de assistência técnica do Irga no interior do estado. Os técnicos coletam e enviam ao Setor de Fitopatologia, na Estação Experimental do Arroz de Cachoeirinha, amostras de plantas de arroz com sintomas de brusone que venham a ocorrer em lavouras comerciais de suas regiões.
> Desde a safra 1999/2000 até o momento, cerca de 200 amostras com sintomas da doença foram submetidas aos procedimentos para o isolamento do fungo.
As amostras são oriundas de pelo menos 30 municípios gaúchos produtores de arroz.
> Foram obtidos em torno de 150 casos isolados de Pyricularia grisea, que foram utilizados para caracterização molecular da população do fungo no Rio Grande do Sul.