Irga prevê reversão da tendência de queda do preço do arroz

Situação inédita no Brasil, que coloca o Rio Grande do Sul como único estado com estoques do produto, ajudará na recuperação do valor do cereal, com queda acumulada de 2,7% em outubro.

A tendência de queda do preço do arroz pago ao produtor, verificada em outubro, deve se reverter em novembro. A previsão é do diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira. Este mês, o valor do cereal caiu 2,7%. A causa, avalia Silveira, é uma situação inédita: a escassez do produto para abastecer a indústria brasileira.

Informações obtidas pelo Irga indicam que quatro estados – entre eles o terceiro maior produtor de arroz no Brasil, o Mato Grosso – estão sem estoques de arroz de qualidade. E os tradicionais fornecedores externos do produto (Paraguai, Suriname, Uruguai e Argentina) igualmente estão sem disponibilidade de oferecer arroz ao Brasil. Paraguai e Suriname enfrentam o mesmo problema de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Maranhão, ou seja, a falta do cereal. Uruguai e Argentina estão voltados ao mercado europeu, que oferece preços melhores.

– Esta conjuntura rara privilegia os produtores gaúchos, que têm pela frente uma demanda crescente para o seu arroz – argumenta.

Além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina também possui estoques do produto, mas em quantidade muito menor.

– O Rio Grande do Sul possui arroz em casca de qualidade e em quantidade seis vezes superior ao estado vizinho – informa.

Esta semana, o Mato Grosso, por exemplo, começou a comprar o produto, pela primeira vez na história, do RS. Até dezembro, as 42 indústrias daquele estado devem comprar 40 mil toneladas dos produtores gaúchos. Por isso, Silveira espera que o preço da saca de 50 Kg do arroz, hoje abaixo de R$ 23,00, alcance, até o final do ano, pelo menos o valor do custo de produção – estimado entre R$ 25,00 e R$ 27,00.

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