Irga recebe mais de 1,2 mil participantes em seu dia de campo internacional
Mais de 300 convidados internacionais participaram do evento no Irga
Irga apresenta experimentos com as novas tecnologias disponíveis à lavoura arrozeira.
O dia de campo, que promoveu o intercâmbio científico e tecnológico entre pesquisadores, empresários, produtores e demais integrantes da cadeia produtiva de arroz irrigado na América Latina e Caribe, apresentou na prática vários cenários discutidos durante a conferência e abordados nas palestras dos especialistas. Nas seis estações preparadas pelos técnicos e pesquisadores do Instituto, foi apresentada uma síntese das últimas tecnologias desenvolvidas pela autarquia e parceiros como Flar, Ciat, Embrapa e Epagri e disponibilizadas aos arrozeiros gaúchos e produtores das regiões envolvidas.
O presidente do Irga Guinter Frantz, juntamente com os diretores técnico, Maurício Fischer, comercial, Tiago Barata, e administrativo, Renato Rocha, além dos representantes das entidades parceiras Ciat, Flar e Grisp e também da Federarroz, recepcionaram os produtores e pesquisadores visitantes e destacaram todo o trabalho de pesquisa e extensão realizado junto à Estação de Cachoeirinha. Frantz destacou a interação e a troca de experiências proporcionada pela 12ª Conferência Internacional, em que estiveram presentes representantes de 33 países. Em seguida, foi servido o almoço, um supercarreteiro preparado pela equipe de gastronomia do Irga.
Vitrine Tecnológica
Na estação 1, Produção e uso de sementes de arroz irrigado, apresentada pelos agrônomos Felipe Gutheil Ferreira, Athos Dias de Castro Gadea e Flávia Miyuki Tomita, foram apresentadas as vantagens do uso de sementes certificadas de arroz irrigado e a importância para a orizicultura do Estado e do país, em um mercado competitivo e exigente. Os pesquisadores destacaram a importância do insumo sementes certificadas visando a competitividade da lavoura de arroz irrigado. Segundo eles, o Estado possui vantagens competitivas para produção de sementes de arroz de alta qualidade física, genética e fisiológica e comercializa sementes para outros estados do Brasil. A manutenção de exigentes mercados de arroz, das novas tecnologias, das altas produtividades de grãos e da sustentabilidade orizícola passa necessariamente pelas boas práticas na produção e no uso de sementes certificadas.
sementes
Na estação 2, Soja em rotação com arroz irrigado, os pesquisadores Elio Marcolin, Alencar Zanon, Darcy Uhry e Pablo Badinelli apresentaram as principais práticas de manejo para cultivo de soja em área de arroz irrigado, com ênfase na utilização do sistema de microcamalhões e da irrigação por tubos janelados. Também foi dado destaque para a cultivar de soja desenvolvida pelo IRGA em parceria com a CCGL, a TECIRGA 6070 RR, para as condições de área de arroz irrigado. Além disso, foram apresentados os principais Projetos de Pesquisa que o IRGA desenvolve com a cultura da soja na Metade Sul do Rio Grande do Sul.
Soja em rotação com arroz e irrigação
Na estação 3, Milho em rotação com arroz irrigado, sob a responsabilidade dos pesquisadores Paulo Regis Ferreira da Silva e Rodrigo Schoenfeld, foram apresentados os principais resultados de pesquisa realizada com a cultura do milho na EEA/IRGA nos últimos três anos. Foram abordados os principais fatores de definição e de manutenção de altas produtividades de milho, com ênfase em sistemas de drenagem e de irrigação. Também foi demonstrada ação de pesquisa direcionada à integração de práticas de manejo para obtenção de diferentes níveis de produtividade de grãos, variando de seis a mais de 12 toneladas de grãos por hectare. Os fatores de produção que variaram entre os níveis, são disponibilidade ou não de irrigação, dose de adubo aplicado na semeadura, dose de adubo nitrogenado aplicado em cobertura e densidade de plantas. Os demais fatores (híbrido, espaçamento entrelinhas, sistema de drenagem e controle de plantas daninhas, pragas e doenças) foram mantidos uniformes entre os níveis de manejo.
Na estação 4, que apresentou uma Vitrine de cultivares IRGA, os pesquisadores Mara Cristina Barbosa Lopes, Sérgio Iraçu Gindri Lopes e Roberto Luis Weiler mostraram aos visitantes as principais características agronômicas e fenotípicas e as principais cultivares que contribuíram para o desenvolvimento da lavoura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, nas últimas quatro décadas. Também foram apresentadas as cultivares lançadas recentemente pelo IRGA e que poderão contribuir para a lavoura orizícola do Estado. A estação foi constituída por parcelas demonstrativas com representante de cultivar dos grupos tradicional, americano e moderno, e feita contextualização dos aspectos mais relevantes da contribuição que estas cultivares tiveram no processo evolutivo da lavoura de arroz irrigado no RS, além das cultivares lançadas pelo IRGA nas últimas quatro décadas.
Também foram apresentadas as novas cultivares de arroz irrigado IRGA 429, IRGA 430 e IRGA 424 RI, destacando-se as principais características agronômicas e fenotípicas e as contribuições que poderão trazer para a lavoura orizícola do RS. As cultivares são de origem do programa geral, com boa adaptação às diferentes regiões orizícolas. A cultivar IRGA 429 é de ciclo médio e destaca-se pela resistência ao acamamento sendo recomendada para cultivo no sistema de produção pré-germinado para o manejo no controle do arroz vermelho. A cultivar IRGA 430 é de ciclo precoce, com alto potencial de produtividade e boa qualidade de grãos e é recomendada para semeadura nos sistemas convencional, direto e cultivo mínimo. A cultivar IRGA 424 RI é essencialmente derivada da cultivar IRGA 424 e é tolerante a herbicida do grupo químico das imidazolinonas. Esta cultivar será mais uma alternativa no manejo para controle do arroz vermelho.
Estação 5, estavam presentes as Cultivares das Instituições Parceiras: FLAR, CIAT, EMBRAPA e EPAGRI, apresentadas pelos pesquisadores Antonio Folgiarine de Rosso, Daniel Waldow, Edegar Corredor, Edegar Torres e Eduardo Graterol. Foi apresentado o trabalho realizado pelo FLAR e sócios para o desenvolvimento de arroz irrigado no MERCOSUL. Os participantes conheceram o trabalho que o FLAR desenvolve junto aos sócios, em projetos específicos, visando o desenvolvimento de cultivares adaptadas e também com a introdução de germoplasma nos diferentes programas de melhoramento genético. Também foram apresentadas as linhagens promissoras e cultivares lançadas por instituições parceiras para o cultivo no RS.
Na estação 6, Manejo integrado de arroz irrigado: a evolução da lavoura de arroz e o papel da extensão rural do IRGA na orizicultura do RS, foram apresentadas as principais práticas de manejo e as cultivares utilizadas na lavoura orizícola do estado do RS durante o período de 1960 aos dias atuais.
Neste experimento, foi feita a descrição da evolução tecnológica, em termos de práticas de manejo e de cultivares utilizadas, verificada na lavoura de arroz irrigado no estado do RS desde a década de 1960 até os dias de hoje. A evolução foi dividida em quatro períodos distintos: anos 1960/1970, 1980/1990, 2000/2010 e safra 2014/2015. Foi dado ênfase a itens de manejo como infraestrutura da lavoura, operações de preparo de solo, cultivares e tipo de sementes utilizadas, adubação na semeadura, operações de semeadura e de entaipamento, controle de plantas daninhas, pragas e doenças e operações de colheita, secagem e armazenamento. Também, foi dado destaque ao papel da extensão rural do IRGA, de sua interação com a pesquisa e seus impactos na lavoura de arroz irrigado ao longo deste período.
Em estações complementares, foram apresentados o programa de Secagem e armazenamento de arroz na propriedade rural e os silos modulados do Irga. Foi destinado ainda, espaço para as empresas e outras instituições de pesquisa e ensino exporem seus produtos e serviços.
