Irga recebe visita de representantes italianos

Iniciativas pioneiras dessa parceria já iniciaram, através do projeto de agricultura de precisão que ocorreu na cidade de Camaquã.

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) recebeu em sua Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha, a visita de dois representantes da italiana Associazioni Clust-ER Emilia-Romagna. Marco Foschini e Fabrizio Paglierani vieram conhecer os resultados do projeto de agricultura de precisão para ampliação de novas parcerias e novas ações de valoração de derivados de arroz, como aproveitamento da casca e da palha de arroz. A visita ao Rio Grande do Sul também serviu para dar continuidade às ações previstas no Memorando de Entendimento (MOU), uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do RS (Sedetur). A visita ocorreu na tarde de quarta-feira (11).

Os Clust-ERs são comunidades de sujeitos públicos e privados (centros de pesquisa, empresas e instituições de treinamento) que compartilham ideias, habilidades, ferramentas e recursos para apoiar a competitividade dos sistemas de produção mais importantes de Emilia Romagna, região situada ao norte da Itália. Com o Clust-ER, o sistema regional de pesquisa e inovação industrial busca uma maior integração e um melhor posicionamento na cena internacional para maximizar as oportunidades de participação em programas europeus e redes internacionais de pesquisa e inovação. Também busca criar sinergias e ativar redes e conexões coordenadas e estáveis com outras associações público-privadas ativas nas mesmas áreas nos níveis nacional e europeu, além de incentivar e apoiar o desenvolvimento e a criação de iniciativas no campo do ensino superior e do desenvolvimento de recursos humanos.

O Memorando de Entendimento objetiva desenvolver ações no território gaúcho, para aproximação e trocas de experiências entre empresas, entidades, universidades, centros tecnológicos, centros de pesquisa, laboratórios, startups, áreas de Inovação, ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento voltados para a organização de ambientes criativos e de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis das pequenas e médias empresas italianas e brasileiras. O MOU está sendo formulado pela Sedetur, junto à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS (SICT), por meio do Departamento de Desenvolvimento Econômico e a Coordenação (DDE-Sedetur dos APL’s e NEPI’s), com a Associazioni Clust-ER Emilia-Romagna.

Algumas iniciativas pioneiras dessa parceria já iniciaram, através do projeto de agricultura de precisão que ocorreu na cidade de Camaquã, Rio Grande do Sul, em dezembro de 2018. A ação ocorreu com a instalação de uma base de monitoramento em duas lavouras de arroz e soja com recursos obtidos do fundo europeu Low Carbon.

Com relação à área de pós-colheita, o interesse dos visitantes focava na possibilidade de agregação de valor ao arroz. Assim, o Grupo de Pós-Colheita, que é composto por Gilberto Wageck Amato, engenheiro químico e pesquisador na área de pós-colheita e agregação de valor ao arroz; Fernando Fumagalli Miranda, engenheiro agrônomo e chefe do Setor de Agroindústria e Mecanização; o engenheiro agrônomo Victor Hugo Kayser; e Raquel Pacheco Lopes, assistente de pesquisa, todos do Irga, preparou um trabalho centrado em um subproduto do beneficiamento, a casca e suas cinzas, que foi apresentado aos visitantes.

O trabalho apresentado abordou o processo de beneficiamento do arroz que gera um coproduto, as cinzas que, sob o ponto de vista ecológico, incorporadas em solos, promovem uma melhor aeração, acompanhada de pequeno aporte de nutrientes como óxido de potássio. Isso sem esquecer que a incorporação da cinza ao meio ambiente é de menor impacto que o da casca com um simples descarte no solo.

O pesquisador na área de pós-colheita e agregação de valor ao arroz Gilberto Amato comenta sobre o projeto e a visita. “Baseados na ideia de Rudolph Christina Carl Diesel, que preconizava a independência de aporte externo de combustível no campo, plantando amendoim, e utilizando o óleo para desenvolver o ciclo termodinâmico que levou o seu nome posteriormente, o Diesel, focamos neste conceito de agronegócio independente para realizarmos essa pesquisa sobre os coprodutos como as cascas e as cinzas. Para o Irga é importante conversarmos com pessoas de diferentes culturas e pensamentos, pois, agregam valor e novos conhecimentos ao nosso trabalho desenvolvido”, acrescenta Amato.

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