Japão proíbe venda de arroz de Fukushima

A decisão deve-se à descoberta de arroz contaminado com césio radioativo em doses que ultrapassam os níveis de segurança, o que acontece pela primeira vez desde o sismo que provocou uma crise nuclear no Japão.

As autoridades japonesas proibiram hoje a venda de arroz cultivado próximo da central nuclear de Fukushima. A decisão deve-se à descoberta de arroz contaminado com césio radioativo em doses que ultrapassam os níveis de segurança, o que acontece pela primeira vez desde o sismo que provocou uma crise nuclear no Japão.

As plantações de arroz contaminado foram detetadas a 60 quilómetros de Fukushima, na localidade de Onami, numa zona onde se produzem cerca de 192 toneladas do produto por ano. As análises revelaram que o arroz continha 630 becquerels de césio radioativo por cada quilo de arroz, quando o máximo permitido para a comercialização de produtos alimentares é de 500 becquerels por quilo.

Segundo um responsável do Ministério da Agricultura japonês citado pela agência AFP, "esta proibição estará em vigor até que o arroz produzido na região seja declarado seguro". Os governos regionais das zonas próximas de Fukushima instalaram centros de testes em várias zonas rurais para evitar que produtos contaminados cheguem aos postos de venda. ´

Radiações sem efeitos negativos para a saúde, revela estudo

Entretanto, um grupo de investigadores do departamento de Radiologia e Ciências Biológicas da Universidade de Hirosaki publicou esta quinta-feira um estudo que está a tranquilizar os japoneses. Depois de fazerem análises a cerca de cinco mil pessoas que habitam nos arredores de Fukushima, os cientistas chegaram à conclusão que as radiações emitidas pelo desastre nuclear não estão a provocar efeitos nocivos na saúde dos cidadãos.

"Os resultados foram satisfatórios, já que quase todos os sujeitos analisados apresentavam níveis de contaminação externa inferiores a 13 kcpm, uma medida que é classificada como ‘sem nível de contaminação’", explicou o coordenador do estudo, Ikuo Kashiwakura, à publicação científica PLoS One.

Ao longo da investigação, foi possível verificar que os níveis de contaminação das pessoas iam diminuindo. "Nem sequer os dez casos com maiores níveis de exposição apresentavam concentrações tão altas ao ponto de ser necessário fazer uma descontaminação. Ou seja, não tinham problemas de saúde", sublinha Kashiwakura.

O investigador acrescenta que os estudos vão continuar, agora para perceber o "efeito cumulativo de doses baixas a médio e a longo prazo nos seres humanos".

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