Julho registra maior exportação de arroz, mas déficit aumentou
(Por Planeta Arroz, com Abiarroz) As exportações de arroz (base casca) tiveram em julho o melhor resultado de 2024. No mês passado, os embarques alcançaram 175 mil toneladas, com receita de US$ 70,1 milhões. É o que informa a Associação Brasileira de Indústria do Arroz (Abiarroz), com base em dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As vendas, porém, não superaram os desembarques do cereal no Brasil, uma vez que a importação total no mês bateu em 205,8 mil toneladas. O déficit na balança comercial brasileira já alcança 293.538 toneladas. De janeiro a julho o país recebeu 1,024 milhão de toneladas e embarcou 731,4 mil. As remessas, até agora, são 26,5% menores do que entre janeiro e julho de 2023.
Mesmo tendo o melhor desempenho do ano, as vendas externas de arroz em julho foram levemente inferiores às realizadas em igual mês de 2023. Em volume, o recuo foi 2,7% e em receita, de 8,9%, pontua a Abiarroz. Considerando o total das exportações de 2024, houve uma queda de 16% em valor e 26,5% em volume, em comparação ao ano anterior.
Os embarques de arroz beneficiado também tiveram bom resultado no mês passado. As exportações do cereal de maior valor agregado totalizaram 99,5 mil toneladas em julho, com faturamento de US$ 36 milhões. O desempenho representou alta de 7,7% em volume e de 18,2% em valor em relação ao mesmo mês de 2023.
Os 10 principais destinos do arroz beneficiado brasileiro foram Serra Leoa, Países Baixos (Holanda), Peru, Senegal, Estados Unidos, Arábia Saudita, Uruguai, Bélgica, Trinidad e Tobago e Cabo Verde.
Ainda de acordo com a Abiarroz, as importações de arroz em julho foram de 205,8 mil toneladas, com desembolso de US$ 93,3 milhões. Na comparação com igual mês de 2023, as importações aumentaram 60,6% em volume e 107,5% em receita. Levando em consideração o valor agregado do ano, em 2024 houve um aumento de 40% em valor, e 14,6% em volume, em comparação com 2023.
Os altos preços praticados no mercado interno – e no Mercosul – que descolaram dos valores internacionais retiram a competitividade do arroz brasileiro e são responsáveis pela queda da demanda deste grão pelos mercados globais. As boas safras norte-americanas em 2023 e 2024 (que começa na próxima semana), por exemplo, retiraram do nosso rol de clientes o México, que em 2023 adquiriu quase 400 mil toneladas no Brasil. A Conab estima que o país terminará 2024 com um estoque de passagem mais alto e um déficit de 400 mil toneladas na balança comercial, importando 1,7 milhão de toneladas e exportando 1,3 milhão de toneladas. Nos primeiros sete meses do ano, os números sinalizam nesta direção.