Lavoura digital

Ferramentas digitais avançam sobre as terras baixas

Vistas como algo distante pela lavoura de arroz e os sistemas de produção integrados às terras baixas na última década, as ferramentas digitais aceleraram sua incorporação a partir da pandemia da covid-19 e passaram a ser amplamente adotadas. Essa rápida transição, e a necessidade de que o setor assimile melhor os usos e aproveite mais os avanços, abriu espaço no 12º Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado (Cbai) para uma necessária abordagem do assunto pelo engenheiro agrônomo Ronei Sana, gerente de agricultura digital da SLC Agrícola.

A SLC é uma das maiores empresas do agro brasileiro e também se destaca pela experiência em testar, implementar e controlar tecnologias voltadas ao setor primário. Sana antecipou que a base da transformação digital está na tecnologia, gestão e eficiência dos processos e o impacto que isso causa nas pessoas. Atualmente, são rodadas 25 tecnologias digitais distintas sob sua gerência, que dão base à consolidação de dados e indicadores no Centro de Inteligência Agrícola, de onde as informações geradas alcançarão as camadas de decisão.

Esse conjunto de informações permite o acompanhamento do que acontece nos processos agrícolas em tempo real, com informações precisas sobre se está chovendo ou não, quanto cada área está produzindo, plantando, colhendo, programação de insumos e eficiência de processos. “É possível avaliar o resultado econômico detalhado, o que favorece a adoção de estratégias, e também permite avaliar os avanços sob a perspectiva social e ambiental. Um controle eficiente permite reduzir insumos, portanto, reduz custos de produção sem perda produtiva, gera a mitigação do impacto ambiental. Melhora produtividade e renda”, observou Ronei Sana.

Ele entende que 1% ou 2% reduzidos em custo ou que aumentem na produtividade são importantes no resultado operacional da propriedade e podem fazer muita diferença. O gerente de agricultura digital da SLC Agrícola dá algumas dicas importante sobre o tema. A primeira delas é o agricultor avaliar o que tem em casa. “Às vezes, nem lembra, mas tem um software licenciado que ganhou na compra de um insumo e pode aproveitar se fizer sentido para a propriedade”, apontou Sana.

Outro passo importante é definir prioridades. “Não adianta a empresa usar máquina com supertecnologia, e não ter a adequada gestão de custos”, exemplificou. Para ele, o objetivo do uso das tecnologias digitais é identificar gargalos e, sobre estes, buscar soluções. É uma jornada que não termina e sempre exigirá mais aprendizado, pois as atuais tecnologias serão superadas.

10 DICAS DE RONEI SANA
Sana: eterno aprendizado

1- Avaliar tecnologias que já estão implementadas.

2-  Benchmark com agricultores e empresas.

3- Mapear os cinco principais desafios da propriedade.

4- Selecionar as tecnologias mais adequadas.

5- Definir os cinco principais indicadores.

6- Traçar metas para cada indicador.

7- Preparar as pessoas para o uso das tecnologias.

8- Tomar decisões com base nos dados.

9- Mensurar os resultados.

10- Adotar metodologias de melhoria contínua.

Fonte: Ronei Sana/SLC Agrícola30

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