Lavoura em construção
Produtores de arroz São Borja (RS), Darci e seu filho Ado Fiorin, adotaram as práticas recomendadas no Projeto 10+ em busca de melhores resultados. Ado, revela que buscou melhores resultados. Até ingressar no projeto, na safra 2017/18, os Fiorin reconhecem que o manejo realizado não era tão eficiente, mas depois houve um avanço gradual com a adoção da rotação de arroz com soja e pela consequência do preparo antecipado.
“Até então, as etapas anteriores ao plantio eram executadas em cima da hora e vários fatores contribuíam para um resultado inferior ao esperado. A semeadura iniciava no limite, perdia-se a melhor janela de plantio pelo acúmulo de atividades no mesmo período. Por consequência, os tratos culturais atrasavam e a lavoura não expressava o seu potencial”, avalia.
Com a participação no Projeto 10+ e o acompanhamento do técnico Roger Portela (Irga) ajustes foram realizados. “A metodologia tem como pilar o planejamento da lavoura e as ações na hora e na medida certa. Passamos a programar cada momento, cada operação, buscando mitigar imprevistos e com tempo hábil para corrigir, se necessário. É a construção de uma lavoura eficiente, sustentável em uma atividade de alto risco”, enfatiza Ado Fiorin.
Práticas recomendadas como escolha das cultivares, a densidade de sementes, o plantio no período indicado, adubação de base equilibrada, aplicação do herbicida e doses no momento correto e o uso do nitrogênio em maiores quantidades no solo seco, fizeram diferença. “A entrada antecipada da água é o manejo que mais contribuiu. Assim, seguimos com o monitoramento e controle de pragas e doenças até o fim do ciclo”, festeja. A lavoura dos Fiorin cresceu mais de duas toneladas por hectare, e ao mesmo tempo os custos diminuíram. “E queremos mais”, avisa.
Desde o CFC
O engenheiro agrônomo Tiago Barchet, também de São Borja, fez parte do Projeto CFC há mais de 15 anos com o seu irmão, Emanuel, desenvolvido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e o Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar) com assessoria de Edward Pulver e Luciano Carmona, os mesmos do Projeto 10+. O programa preconizava um check list de ações e planejamento para extrair o melhor potencial produtivo das lavouras. “As iniciativas contribuíram muito, as médias mostram. Na nossa lavoura não foi diferente”, afirma.
Baseado em seis pontos estratégicos de manejo, o Projeto 10+, a partir de 2017, ajudou a aumentar rendimentos e viabilizar o negócio mesmo nos tempos difíceis da lavoura de arroz. Barchet destaca que: “a partir do programa, adotamos uma gestão que permite realizar cada etapa de maneira efetiva e equilibrada, ações que nem sempre eram possíveis no momento correto, mas ao final evidenciaram impactar diretamente nos resultados”. Um exemplo foi a pressão de invasoras, como o arroz vermelho, que acabou alcançando um nível satisfatório de controle com a introdução da soja no sistema de produção. “Os resultados são expressivos em vários sentidos”, resume.