Lavouras de arroz estão alagadas na região de Uruguaiana/RS

Município recebeu mais de 500 mm de chuvas em 10 dias.

Mais de 20 mil hectares estão alagados na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul (5 mil só em Uruguaiana) e quantidade de perdas ainda não pode ser estimada, já que a água segue cobrindo as plantas. Previsão de mais chuva para os próximos dias preocupa os produtores de Uruguaiana, região responsável por 30% de toda a produção brasileira de arroz.

A cidade de Uruguaiana é uma das mais afetadas pelas chuvas intensas que são registradas no estado do Rio Grande do Sul. Nos últimos 10 dias o acumulado já chega a mais de 500 milímetros e a previsão indica mais 100 mm ainda nessa semana. Diante desse cenário, as lavouras de arroz na região, que é responsável por 30% de todo o arroz brasileiro, estão sofrendo com alagamentos e dificuldades para se desenvolver da melhor maneira.
 
“É uma época muito complicada para a planta ficar com excesso de chuva e sem luminosidade, temos 30% das lavouras na parte de floração, antes de encher o grão. Estamos com mais de 5 mil hectares em baixo da água e o rio Uruguai crescendo. Não tem como nós quantificarmos o prejuízo que a lavoura vai ter, só vamos poder ver isso após abaixar as águas e a colheita para ai sim termos os dados certo, mas já temos uma previsão de 10% de prejuízo nessa safra”, diz Roberto Fagundes Ghigino, presidente da Associação de Arrozeiros de Uruguaiana/RS.
 
Além dessa incerteza do tamanho que serão os prejuízos, os produtores locais enfrentam dificuldades para manter as aplicações de defensivos e realizar os tratos culturais adequados, o que deve aumentar ainda mais a defasagem do custo de produção com relação ao resultado obtido ao fim da safra.
 
“Nós estamos com os custos defasados há 6/7 anos, hoje o arroz nessa região está R$ 38,00 e teria que estar R$ 47,00 para pagar os custos e sobrar alguma coisa para o produtor. Mas vamos supor que com todos esses problemas aumente o preço, mas o produtor vai ter menos produção e menos volume para vender. Então ele teria que subir muito para compensar o volume de valor vendido no ano passado”, pontua Ghigino.
 
No meio deste cenário, com cerca de 190 pontos sem energia em Uruguaiana e locais ainda sem possibilidade de acesso, os produtores aguardam providências dos governantes municipais e estaduais para conseguirem possíveis prorrogações para saneamento de dívidas e manutenções para recuperar as estradas e pontes da região que foram danificadas pela chuva.

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