Lei Ambiental ameaça o arroz de Floresta (PR)
Nos cálculos do secretário de Desenvolvimento de Floresta, Orlando Bianchi, com o fim do arroz irrigado o município vai perder 8% de Fundo de Participação dos Municípios.
Os cerca de 100 produtores de arroz irrigado de Floresta (PR) terão de abandonar a cultura no ano que vem em função da legislação ambiental. Com 250 hectares cultivados, o município é o terceiro produtor do Paraná, com 30 mil sacas por ano. O plantio desrespeita a Lei Ambiental de 1975 que prevê preservação de 30 metros de mata ciliar em ribeirões e considera a área alagada leito de rio.
O tenente Adauto Giraldes Júnior, comandante da Polícia Florestal de Maringá, explica que o trabalho preliminar de alerta aos produtores já foi feito e no começo de abril começam as autuações. Os que colheram serão alertados a não refazerem o plantio que, a partir de agora, está proibido, disse.
Ele afirma que as várzeas são áreas de preservação permanente e, portanto, sujeitas à fiscalização. Uso de agrotóxico e adubos, desrespeito à mata ciliar e transformação do solo provocam impacto no meio ambiente. Nós somos cumpridores da lei e quem desrespeitá-la será punido com multa e até prisão, alerta o tenente.
A maioria da produção de arroz de Floresta se concentra às margens do Ribeirão Caxias. Segundo o prefeito do município, José Roberto Ruiz (PP), a maior parte é formada por pequenos produtores e bóias-frias que arrendam terrenos para o plantio.
Para ele, o fim do arroz irrigado no município traz prejuízo econômico e social. Vamos perder arrecadação de FPM e ICMS, e as famílias cuja renda depende do arroz ficarão sem ter o que fazer, comenta.
Mas estamos buscando uma saída. Quem sabe o plantio respeitando a mata ciliar ou mesmo a produção orgânica. Tudo isso está sendo discutido e estamos otimistas em relação a um final feliz, pois sem o arroz nosso município sofreria um grande impacto social e econômico, destaca.
Nos cálculos do secretário de Desenvolvimento de Floresta, Orlando Bianchi, 40, com o fim do arroz irrigado o município vai perder 8% de FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Ele também alerta sobre o problema social, reafirmando que a maioria dos produtores de arroz é aposentada ou tem na cultura a única fonte de renda. Mas cremos numa solução, talvez até com ajuda da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que pode nos ajudar a encontrar meios de conciliar produção e meio ambiente, ressalta.