Leite, arroz, mamão e outros alimentos têm alta de preços em SC

A pandemia está fazendo com que mais pessoas cozinhem em casa e o auxílio emergencial permitiu mais consumo.

O crescimento das exportações de alimentos, alta do dólar e a maior demanda interna em função da pandemia estão causando alta generalizada de preços de alimentos. O alerta é feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e reforçado pelas associações estaduais do setor, no Estado a Associação Catarinense de Supermercados (Acats). Segundo a entidade, os reajustes estão acontecendo nos preços do arroz, feijão, carnes, leite, óleo, frutas e outros itens.

Como, normalmente, o setor, que é o último elo da cadeia na venda ao público e acaba sendo o culpado pelos aumentos, desta vez a Abras tomou a iniciativa de alertar. Está discutindo o assunto com o Ministério da Agricultura, com fornecedores do mercado e também comunicou o problema para a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça. A associação supermercadista diz que é contra a prática abusiva de preços e que está tentando resistir aos aumentos.

​A alta de preços também ocorre em Santa Catarina. A inflação de Florianópolis, medida pelo Índice de Custo de Vida, apurado pela Esag/Udesc, que inclui quase 300 itens, ficou acima do esperado em agosto.

Subiu 0,69% no mês e no acumulado do ano teve alta de 2,24%. O que mais puxou a alta no mês foi energia com mais de 8%, combustíveis com quase 3% e passagens aéreas quase 11%. Os alimentos também pesaram. Foi registrada alta de 11,3% no óleo de soja, 9,6% no arroz, 3,59% no leite longa vida e 12,83% no mamão. Tanto os preços de hortifrúti quanto de leite e derivados subiram em função da entressafra. No caso das carnes, a pesquisa da Esag apurou na Capital uma pequena redução nos produtos in natura e aumento nos industrializados. O presunto ficou 3,61% mais caro.

Fontes do agronegócio informam que há pressão por alta nos preços de proteína animal, puxada pela carne bovina. A expectativa é de mais altas porque a soja, um dos principais itens da ração animal, está custando R$ 130 por saca no mercado interno e o produto importado sai por R$ 150. Como o Brasil está exportando o que produziu, logo terá que importar mais caro porque não há mais estoque regulador.

A pandemia está fazendo com que mais pessoas cozinhem em casa e o auxílio emergencial permitiu mais consumo. Além disso, o dólar alto está impulsionando exportações e reduzindo importações de alimentos, dois comportamentos de mercado que elevam preços.

​Mas a alta da inflação não se restringe a alimentos. Durante a pandemia, ocorreram aumentos generalizados de preços de materiais de construção e diversos setores industriais estão enfrentando reajustes de preços de insumos. O setor plástico, influenciado pelo dólar, além de preços nas alturas enfrenta falta de matéria-prima.

Esses aumentos de custos já levaram as instituições que participam do Boletim Focus, do Banco Central, a elevar a projeção de inflação para1,77% para este ano. Há um mês estava em 1,63%. Essa nova estimativa aponta ainda variação longe da meta de inflação do país, que é 4%. Só que a expectativa era de inflação bem menor, por isso o cenário atual preocupa.

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