Liderança incontestável

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Arroz gaúcho: 67,3% da colheita brasileira

Aumento de área fez da safra de arroz 2024/25 a maior em oito anos

 

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) confirmou oficialmente a conclusão da colheita da safra 2024/25 no Rio Grande do Sul em 12 de junho, embora ainda houvesse as últimas colheitadeiras em operação no campo, como foi registrado pela Planeta Arroz até o dia 17. Quase 50 dias depois, o relatório com os números finais estaduais ainda não havia sido publicado, mas algumas fontes distintas já apresentaram seus próprios dados. A soma da área divulgada pelo Irga, de 970,2 mil hectares, com a expectativa de produtividade informada pela Ascar-Emater/RS, de 8.558 quilos por hectare, projeta uma produção total de 8,303 milhões de toneladas de arroz em casca, limpo e seco.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trabalha com números semelhantes: 951,9 mil hectares, produtividade de 8.715 kg/ha e produção de 8,296 milhões de toneladas. Note-se que a margem de erro entre as duas estimativas de produção é de apenas sete mil toneladas, embora a diferença na superfície semeada alcance 18,3 mil hectares. Como a produção brasileira é estimada pela Conab em 12,323 milhões de toneladas, o Rio Grande do Sul representará 67,3% de todo o arroz colhido no país nesta temporada.

Impulsionados pelos bons preços de 2024, os produtores gaúchos aumentaram a área cultivada, mesmo diante de desafios climáticos e econômicos, como as enchentes no sul do estado e a dificuldade de acesso ao crédito. De qualquer maneira, esta é a maior safra das últimas oito.

O desempenho positivo é atribuído à melhora das condições climáticas a partir de novembro, com boa insolação e irrigação adequada — sobretudo nas lavouras implantadas dentro do período recomendado. Ainda assim, cerca de 20% da área foi semeada fora da janela ideal, o que resultou em menor rendimento e maior incidência de grãos falhados e quebrados. Uma lavoura colhida em abril, maio ou junho foi semeada com grande atraso.

Apesar dos obstáculos no início do ciclo, a safra 2024/25 se consolida como uma das mais robustas dos últimos anos, destacando o protagonismo do Rio Grande do Sul no mercado orizícola nacional. Agora, com os armazéns cheios e os preços em retração, a atenção se volta ao mercado externo como principal alternativa para manter a rentabilidade do produtor.

SOJA PERDE ESPAÇO PARA O ARROZ

A presença da soja em áreas tradicionalmente arrozeiras diminuiu em 2024/25. Segundo levantamento, 364.296 hectares de arroz foram convertidos para o cultivo de soja — uma queda de 13,72% (57.914 ha) em relação ao ano anterior. A mudança reflete a aposta do produtor no arroz, motivada pelos bons preços praticados em 2024.Com os baixos preços observados nesta temporada para o cereal, a possibilidade de encerrar o ano comercial com estoques muito elevados e a depender também das condições climáticas, a expectativa do setor é que a área de soja em terras baixas recupere espaço, retornando a um patamar de cerca de 385 mil hectares. Isso significaria o acréscimo de aproximadamente 20 mil hectares, fortalecendo o sistema de rotação arroz-soja (pingue-pongue).

Fique de olho

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta crescimento significativo na evolução da safra 2024/2025 em comparação à safra anterior. Os principais números da evolução são: área colhida, que passou de 900,6 mil hectares em 2023/24 para 951,9 mil hectares em 2024/25 (+5,7%); produtividade, que aumentou de 7.950 kg/ha para 8.715 kg/ha (+9,6%); e produção total, que saltou de 7.159,8 mil toneladas para 8.295,8 mil toneladas (+15,9%). Esses dados evidenciam um salto quantitativo e qualitativo da produção, reflexo dos estímulos de mercado e da boa performance agronômica das lavouras ao longo do ciclo.

Ranking indica os maiores da safra

Embora não tenha divulgado o resultado total da safra, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apresentou o ranking dos 10 maiores municípios produtores gaúchos, que somaram 4.190.243 toneladas colhidas, além da relação dos três maiores municípios produtores de arroz em cada uma das seis regiões

Somando, entre os divulgados, aqueles que não estão entre os 10 primeiros elencados, chegamos a 19 municípios que, juntos, colheram 5.768.978 toneladas de arroz, ou 69,4% da colheita gaúcha, segundo os indicadores Irga/Emater-RS. Com cerca de 200 municípios produtores, segundo o Irga, o Rio Grande do Sul tem os outros 30% do arroz produzidos em áreas menores, distribuídas por cerca de 180 territórios municipais distintos.

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