Livro sobre a cultura do arroz-vermelho é lançado no Piauí

O arroz-vermelho é um dos principais componentes da dieta alimentar do nordestino.

A Embrapa Meio-Norte de Teresina (PI) acaba de lançar o livro “O Arroz-Vermelho Cultivado no Brasil”, de autoria do pesquisador José Almeida Pereira, mestre em Produção Vegetal. O arroz-vermelho é um dos principais componentes da dieta alimentar do nordestino e é cultivado principalmente nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Bahia e Alagoas, sendo também produzido em alguns municípios do Norte de Minas Gerais. Nesses locais ele é consumido com o sem doce, com ou sem canela, mas preferencialmente cozido no leite.

Segundo o autor, em todas essas áreas, a produção do arroz-vermelho está relacionada com o hábito alimentar das populações locais. “Apesar de ser alvo de grande interesse para a agricultura familiar, esse arroz se encontra em franco processo de extinção, em razão da forte concorrência da indústria do arroz branco e do despovoamento do meio rural. O pesquisador ressalta ainda que o livro tem como principal objetivo resgatar e tornar públicas informações de natureza geral e técnicas acerca desse importante patrimônio alimentar e genético.

No Brasil ainda não há um programa de melhoramento genético oficial. Pioneiramente, a Embrapa deu início nos últimos anos a um trabalho de coleta e preservação de variedades tradicionais de arroz-vermelho plantadas no País e está desenvolvendo também um programa de melhoramento genético, por meio do qual pretende gerar e difundir nas principais regiões produtoras, nos próximos anos, as primeiras variedades geneticamente melhoradas de arroz-vermelho.

Almeida alerta que a preservação e o aproveitamento da variabilidade genética desse arroz devem merecer prioridades imediatas, levando-se em conta que o abandono desse material pode representar a ameaça iminente de desaparecimento de um inestimável repositório de genes, que se conservados e manejados convenientemente, serão de grande importância para a segurança alimentar de grande parte das famílias nordestinas e também para o melhoramento genético do arroz.

Mesmo sendo uma planta semi-aquática, que necessita de um considerável volume de água, o arroz-vermelho se adaptou e se propagou no sertão nordestino, a região mais seca do Brasil, onde a pluviosidade média não costuma ser além dos 800 milímetros. É uma cultura praticamente desconhecida da maioria da população brasileira, exceto das áreas já destacadas. O arroz-vermelho é plantado principalmente por pequenos agricultores do sertão nordestino, sem uso de qualquer tecnologia, utilizando-se de sistemas de produção bastante rudimentares.

As formas de se consumir o arroz-vermelho variam de um lugar para outro. No Sertão Paraibano, é consumido principalmente com feijão-caupi (feijão-de-corda) e queijo coalho, num prato conhecido como arrubacão. No Ceará, é muito utilizado na alimentação de parturientes, pois se acredita que ele possua propriedades que propiciam o aumento da proução de leite. Nesses e nos demais Estados produtotes, é utilizado na alimentação de crianças, na forma da caldo de arroz ou água de arroz, como é conhecido, para controlar diarréias. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Meio-Norte.

– Melhores informações sobre o livro “O Arroz-Vermelho Cultivado no Brasil” podem ser obtidas no Setor de Vendas da Embrapa Meio-Norte, na Av. Duque de Caxias, 5650, Buenos Aires, pelo telefone (86) 3225-1141 – ramal 228 e ainda pelo endereço eletrônico sac@cpamn.embrapa.br.

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