Longevidade a toda prova

 Longevidade a toda prova

Ícone: variedade alcança 40 anos de cultivo no Rio Grande do Sul

Cultivar BR-IRGA 409
faz 40 anos firme e forte
nas lavouras gaúchas
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A cultivar de arroz que estabeleceu o conceito de variedade moderna, e mais tarde de variedade nobre, a BR-IRGA 409, comemorou na safra atual quatro décadas de plantio. Lançada em agosto de 1979 graças à ação coordenada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em sua unidade de Clima Temperado de Pelotas (RS), e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), com sua equipe de melhoramento genético na Estação Experimental do Arroz (EEA) em Cachoeirinha (RS), a BR-IRGA 409 é plantada até hoje em cerca de 30 mil hectares no Rio Grande do Sul, ou 3,2% da lavoura gaúcha.

A demanda se mantém por exigência das indústrias, que pagam um valor diferenciado (prêmio) pela matéria-prima superior. Grãos da 409 chegam a valer 12% a mais que de cultivares comuns no mercado. O destaque do grupo que a desenvolveu foi o pesquisador Paulo Sérgio Carmona, que trabalhou como líder de equipe e melhorista ou consultor em cerca de 20 variedades lançadas ao longo de 50 anos pelo Irga, entre elas, ícones como BR–IRGA 410, IRGA 417 e IRGA 422CL.

A BR-IRGA 409 foi a primeira cultivar moderna de arroz desenvolvida no Brasil a partir da Revolução Verde orizícola, iniciada em 1968 pelo Instituto Internacional de Pesquisas em Arroz (Irri), nas Filipinas, com a variedade IR8. Em pouco tempo, os genes associados à alta produtividade da IR8 e seu porte baixo foram transferidos a outras variedades e adaptados às diferentes regiões do mundo. Na América Latina, as cultivares mais emblemáticas derivadas da IR8 foram CICA 4, lançada na Colômbia em 1971 pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), e a BR-IRGA 409.

IMPACTO

“A BR-IRGA 409 não foi a primeira planta de porte baixo, mas aquela que teve maior impacto e uma aceitação muito grande no Rio Grande do Sul em função do potencial produtivo e suas características. Ela atendeu a demanda de produtividade associada a qualidade”, lembra o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio Carmona, já aposentado, mas ainda prestando consultorias eventuais a programas de melhoramento.

Segundo ele, até aquele momento, o maior problema nas plantas altas estava na dificuldade de aplicação dos fertilizantes. Sem chegar à parte inferior, o defensivo não era eficiente. “Além do porte baixo, as folhas da IR8 são eretas e têm alta capacidade de afilhamento, o que favorece a aplicação mais uniforme”, descreve.

 

Carmona: nos testes da BR-Irga 409

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