Lula anuncia 1 bilhão para arroz e algodão

Enfim, os arrozeiros conseguiram receber a notícia que esperavam há 10 meses: em audiência com o presidente Lula, na tarde desta quarta-feira 8, lideranças arrozeiras gaúchas e catarinenses receberam a notícia de que o Governo Federal vai liberar R$ 1 bilhão para a compra de arroz e algodão mediante contratos públicos de opção. O Governo vai comprar 1,5 milhão de toneladas por meio de contratos públicos de opção e outros mecanismos.

Enfim, os arrozeiros conseguiram receber a notícia que esperavam há 10 meses: em audiência com o presidente Lula, na tarde desta quarta-feira 8, lideranças arrozeiras gaúchas e catarinenses receberam a notícia de que o Governo Federal vai liberar R$ 1 bilhão para a compra de arroz e algodão mediante contratos públicos de opção.

Cerca de R$ 800 milhões serão destinados à compra de 1,5 milhão de toneladas de arroz em duas ações. Até o início da noite os arrozeiros gaúchos e catarinenses, bem como técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), seguiam reunidos para definir as regras da compra. O mecanismo deve entrar em funcionamento em, no máximo, 45 dias.

Governo e a cadeia produtiva do arroz ainda estão negociado o preço do saco de 50 quilos para os leilões de opção. O Governo Federal está oferecendo R$ 23,00 e os produtores querem, no mínimo, R$ 27,00. A tendência é de fechar em um valor entre R$ 24,00 e R$ 25,00, que ainda não cobre o custo médio de produção do Rio Grande do Sul, mas já serve para sinalizar uma recuperação nos preços atualmente praticados, na faixa de R$ 18,00 a R$ 20,00, dependendo da região gaúcha ou catarinense.

Segundo o vice-presidente da Federarroz, Juarez Petry, que participou do encontro, o Banco do Brasil também concordou em alongar as três primeiras parcelas do custeio da safra 2004/05 para os próximos três anos, desde que o Governo Federal concorde com o mecanismo e promova uma equalização destes valores.

O diretor-executivo da Federarroz, Renato Rocha, destacou que o presidente Lula informou que não pode criar salvaguardas contra o Mercosul sob o risco de causar enormes prejuízos ao Uruguai. O presidente da Federarroz, Valter José Pötter, disse ao presidente da República que no Brasil existem 27 mil arrozeiros quebrando para manter a produção de 300 produtores no Uruguai.

Lula pediu aos seus assessores para estudarem um dossiê entregue pelos arrozeiros gaúchos indicando diferenças tributárias entre os países do bloco e os incentivos que seriam oferecidos pelos governos do Uruguai e da Argentina para o beneficiamento de arroz para exportação. Comprometeu-se de empenhar-se na busca de uma solução negociada com os outros países.

Na reunião com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os arrozeiros também pressionaram pelo reajuste do preço mínimo de comercialização estabelecido pelo Governo Federal. Atualmente está na casa de R$ 20,53 no Rio Grande do Sul e R$ 20,70 no Mato Grosso. Os produtores querem estipular, ao menos, R$ 24,00, alegando que o MAPA não considera alguns fatores importantes como componentes de custos.

PROTESTOS

A quarta-feira voltou a ser marcada por inúmeros protestos de arrozeiros. Em nove pontos do Rio Grande do Sul foram realizados bloqueios às rodovias: Cachoeira do Sul, Novo Cabrais, Dom Pedrito, Itaqui, São Gabriel, São Sepé, Uruguaiana, Camaquã, Barra do Ribeiro e Tapes. Nesta quinta-feira a manifestação continua em Restinga Seca e na sexta-feira haverá uma grande concentração de produtores em Alegrete.

A Federarroz deverá convocar uma assembléia geral para o próximo final de semana, provavelmente em Dom Pedrito, para apresentar os resultados do encontro e organizar a oferta de produto para os leilões, como forma de evitar a ocorrência de ágio.

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