Mais do que 6000
Na safra 2017/18 estão instaladas cerca de 60 áreas do Projeto Soja 6000 e em torno de 40 áreas da chamada soja de entrada, que é a novidade do programa nesta safra. Estes seriam os modelos para atingir até 3 mil quilos por hectare, até 4,5 mil quilos por hectare e os 6 mil quilos por hectare, que já existe. “Dessa forma atendemos a demanda e teremos modelos para produtores que pretendam começar a produzir soja em terras baixas”, explica Rodrigo Schoenfeld, do Irga.
Ele entende que nesses dois anos alcançaram um grupo de produtores que estão melhor preparados e já têm experiência com o cultivo de soja em rotação com arroz. E afirma que é preciso colocar mais soja em áreas de arroz. A estimativa é de que o Rio Grande do Sul cultive, no total, cerca de 280 mil hectares de soja em áreas orizícolas. “Para a sustentabilidade da lavoura orizícola é preciso entrar com mais soja nestas áreas, mas também devemos deixar claro que nem toda lavoura de arroz pode receber a oleaginosa”, explica o pesquisador.
No seu entendimento, há pelo menos mais 150 mil hectares de arroz que estão prontos para entrar no sistema de produção, em especial nas áreas de baixo risco. Entre as áreas em expansão estão Mostardas, Palmares do Sul e Capivari do Sul, na Planície Costeira Externa e Litoral Norte, Barra do Ribeiro, Camaquã, São Lourenço e Tapes, na Planície Costeira Interna, Pelotas, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, na Zona Sul, e São Sepé e Cachoeira do Sul, entre outros, na Depressão Central. “A Campanha e a Fronteira Oeste ainda podem crescer um pouco mais”, revela.
Enio Marchesan, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), não tem dúvidas de que as próximas safras registrarão avanço da soja em áreas orizícolas. O avanço é explicado por questões econômicas, a necessidade de gerar renda devido a crise pela qual passa o arrozeiro, e também aspectos técnicos relacionados às vantagens da rotação de culturas, principalmente limpeza de áreas com o controle do arroz vermelho.
A evolução da tecnologia, associada aos ganhos agronômicos, de qualidade do solo e de renda, é o impulso que a soja precisava para se estabelecer de forma ainda mais significativa, mas agora também visando produtividade que pague o investimento e traga vantagens para a orizicultura.