Mais energia nas várzeas

 Mais energia nas várzeas

Sistema irrigado assegura desenvolvimento da cultura em terras baixas

Milho é uma alternativa
viável para usar na
rotação com o arroz
em terras baixas
.

 Já faz algum tempo que a cultura do milho é vista como uma alternativa viável para a rotação com o arroz. E é muito bem-vinda, especialmente nas propriedades com integração lavoura-pecuária, por causa da alta produção de alimento na propriedade. Um fator que tem sido limitante, muitas vezes, é o preço de venda, não tão atrativo quanto o da soja.
Para que a cultura apresente uma rentabilidade boa é preciso que a produtividade de grãos também seja alta. O custo de produção gira em torno de R$ 3 mil por hectare. Nos patamares atuais de preço, em torno de R$ 35,00 o saco de 60 quilos, o produtor com uma produtividade de 12 toneladas por hectare (200 sacos) teria uma rentabilidade de R$ 4 mil por hectare, considerada excelente.

Mas para se alcançar esta produtividade é importante que se adote todas as práticas de manejo em alto nível, como adequada drenagem, realizada com o sistema de microcamalhão, uso de irrigação quando necessário, adubação adequada, especialmente a nitrogenada, escolha adequada do híbrido, uso da correta densidade de plantas e aplicação dos tratamentos fitossanitários requeridos, como água e nitrogênio, além de um conjunto de práticas.

Há quatro anos o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) retomou o desenvolvimento de pesquisas com milho em sua estação experimental em Cachoeirinha. Com alto nível de manejo, tem sido obtidas altas produtividades, atingindo-se na safra passada a produtividade recorde para cultivo de milho em área de arroz irrigado: 14,4 toneladas por hectare, enquanto a média do estado é de 5,5 toneladas.

Atualmente o trabalho é realizado em uma parceria entre o Irga e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Pelo instituto, o pesquisador responsável é o gerente da divisão de pesquisa Rodrigo Schoenfeld, da equipe de Agronomia. Pela Ufrgs, o professor Paulo Regis Ferreira da Silva orienta em conjunto com alunos de graduação e de pós-graduação em atividades de pesquisa.

Em seu dia de campo estadual, a ser realizado em 1º de março, haverá uma estação alternativa dedicada ao milho onde os técnicos estarão demonstrando, entre outras variáveis, a importância da adubação nitrogenada e da irrigação para o desenvolvimento e a produtividade da cultura.

No ano agrícola 2015/16 estão em desenvolvimento três experimentos com a cultura do milho em área de arroz irrigado. Atualmente as plantas de milho estão na metade do período de enchimento de grãos. Em um primeiro momento são estudados os efeitos de quatro níveis de manejo sobre o desenvolvimento e a produtividade do milho. Em outro trabalho são definidos os períodos mais críticos do ciclo da planta à deficiência hídrica, semeada em duas épocas de semeadura (29 de outubro e 3 de dezembro). E no terceiro experimento é estudada a resposta do milho cultivado em sucessão a três coberturas de solo no outono-inverno à adubação nitrogenada em cobertura.

Produtividade: pode chegar a 12 toneladas

Paulo Regis: parceria com a Ufrgs

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