Manejo da soja abre ciclo de palestras técnicas

A pesquisadora do Instituto Rio Grandense do Arroz, Cláudia Lange, deu início ao painel abordando a importância da redução dos ríscos de excesso hídrico no cultivo da oleaginosa em rotação com o arroz, já que algumas cultivares são mais tolerantes que outra.

O manejo da soja em áreas de várzea foi o tema do curso que abriu a programação técnica da 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, nesta quinta-feira, dia 21 de fevereiro de 2103, em Restinga Seca (RS). A pesquisadora do Instituto Rio Grandense do Arroz, Cláudia Lange, deu início ao painel abordando a importância da redução do excesso hídrico no cultivo da oleaginosa em rotação com o arroz, já que algumas cultivares são mais tolerantes que outras.

De acordo com a pesquisadora, esse é um risco que pode ser feito através de um bom sistema de drenagem. “O Irga também estará apresentando na Vitrine Tecnológica a Variedade Tec Irga 6030 RR, de ciclo mais adequado ao cultivo em áreas de várzea, ciclo médio, excelente tolerância ao excesso hídrico”, explicou.

Lange também ressaltou a importância do manejo da cultura na construção de seu potencial produtivo devido ao fato de os solos arrozeiros apresentarem baixa fertilidade para a soja, acidez, além de pouca disponibilidade de fósforo. “PH recomendado para o cultivo da soja é 6, mas apenas 6% das áreas com arroz no RS tem PH acima de 6, ou seja, os 94% restantes precisam de correção. Neste caso, a aplicação de calcário precisa ser feita de três a seis meses antes do início da safra”, informou.

Outro fator que precisa ser levado em conta na rotação da soja com o arroz, de acordo com a pesquisadora, é a baixa disponibilidade de fósforo (P) nos solos arrozeiros. “Apenas 12% desta área tem P suficiente para o cultivo da soja”, observou Lange.

A exemplo do arroz, a construção do potencial produtivo da soja, segundo estudos do Irga, está relacionada à época de semeadura da oleaginosa, que é semelhante ao arroz. “O ideal é que seja feita sempre entre outubro e novembro. Na prática, o que muitos produtores tem feito é trabalhar com duas equipes, uma para arroz e outra para a soja”, recomendou.

Um ponto nevrálgico que também vem sendo atacado pela pesquisa, conforme Lange é o controle de plantas daninhas através do manejo integrado da soja em áreas de arroz. “As plantas daninhas são extremamente adaptadas à várzea, a soja não”, comparou. A pesquisadora também defendeu uma mudança na abordagem da soja por parte dos orizicultures “Para que a soja seja bem sucedida na propriedade, é preciso que ela deixe de ser encarada como uma cultura secundária porque há muito espaço para crescer”, concluiu.

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