Manejo de plantas daninhas na pós-colheita é investimento

 Manejo de plantas daninhas na pós-colheita é investimento

Autoria: Keli Souza da Silva, professora no Centro Universitário IDEAU e editora do site WeedOut.

Uma boa estratégia de manejo integrado de plantas daninhas contempla importantes princípios. Manejar plantas daninhas na pós-colheita atende a dois deles. O controle de plantas jovens e o estabelecimento da cultura sem matocompetição.

Com a queda das folhas na maturação fisiológica, a luz atinge mais facilmente o solo. Um estímulo à germinação das sementes com esse requerimento. Como resultado, as plantas daninhas podem se estabelecer no final do ciclo da cultura anterior e se desenvolver antes da implantação da próxima. Em cultivos como milho, soja e arroz, os grãos perdidos na colheita podem germinar e tornar-se plantas daninhas resistentes a herbicidas como glifosato e imidazolinonas (imazetapir + imazapic, por exemplo).

Uma das características de plantas daninhas típicas é a juvenilidade. O rápido crescimento vegetativo para assegurar a função reprodutiva. Em outras palavras, se há plantas daninhas, haverá sementes. Dessa forma, o controle em pós-colheita é cada vez mais freqüente. E, certamente, contribui para o manejo de plantas daninhas que emergem no final do ciclo e escapes. A prática também é efetiva para espécies perenes e de difícil controle, assim como, para evitar a dispersão de genes de resistência.

Algumas plantas daninhas alvo do manejo de pós-colheita da safra de verão (sequeiro) são a aveia preta, azevém, bolsa-de-pastor, buva, capim-amargoso, capim-branco, cipó-de-veado, erva-branca, flor-roxa, língua-de-vaca, morugem, nabo, pastinho de inverno, serralha, silene, dentre outras.

Já na cultura do arroz, é uma excelente oportunidade para evitar que plantas de arroz-daninho produzam sementes. Além disso, a drenagem da área favorece o manejo de daninhas aquáticas como gramas boiadeiras e sagitária, também conhecida como chapéu-de-couro.

Vantagens

• Ajuda a reduzir a população de plantas daninhas gradualmente.
• O controle de algumas plantas daninhas, como a buva, é mais efetivo no outono do que na primavera.
• Adiciona mecanismos de ação herbicida ao plano de manejo da área.
• Distribui a carga de trabalho entre as diferentes estações de cultivo.

Desvantagens

• Necessidade das plantas daninhas cortadas pela colheitadeira, de restabelecer área foliar para a interceptação e absorção de herbicidas em quantidades letais.
• As temperaturas baixas e menor luminosidade podem afetar a eficiência de controle.
• O efeito sobre a cultura ou plantas de cobertura subsequentes pode limitar as opções de herbicidas com residual prolongado.

Estratégias de manejo de plantas daninhas na pós-colheita

• Use equipamentos que distribuam uniformemente os restos culturais da colheita.
• Planeje a utilização da área, de modo a evitar o pousio.
• Vistorie e conheça suas áreas. O período de pós-colheita é ótimo para identificar as espécies presentes e como elas se distribuem pela área. Similarmente, a construção de conhecimento sobre as espécies, identificação de plântulas e seu padrão de emergência é fundamental para traçar um bom plano de manejo.
• Remova as plantas daninhas que já emergiram: use a estratégia mais conveniente ao seu sistema de cultivo, porém, considere também abordagens não-químicas. A roçada e até mesmo o pastejo são opções.
• Use herbicidas com residual, diferentes mecanismos de ação, doses e tecnologia de aplicação adequados para as condições climáticas da época.
• Use culturas de cobertura: uma das melhores alternativas não-químicas para o manejo de plantas daninhas, além de todos os outros benefícios relacionados ao solo.
• Rotacione culturas.
• Mantenha as bordaduras, estradas, canais de irrigação, etc., também isentos de plantas daninhas.

Tenha sempre em mente:
Permitir a produção de sementes é armazenar problemas no solo para as próximas safras.

Você encontra mais informações sobre manejo integrado de plantas daninhas no site https://weedout.com.br/.

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