Mapa suspende vigilância de postos

Itaqui e Quaraí devem ficar fora da rota de cargas de produtos agropecuários já na próxima semana.

A infra-estrutura e a semi-ociosidade das unidades de Vigilância Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa) de Itaqui e Quaraí devem acarretar o fechamento dos postos e o remanejamento dos técnicos a partir da próxima semana. Segundo o superintendente federal do Mapa no RS, Francisco Signor, a idéia é otimizar os outros postos por onde ingressam produtos da Argentina e do Uruguai.

– Não é nada contra a importação e a exportação. É para qualificar o controle sanitário. O ministério pretende que não se transite mais com produtos de origem animal e vegetal por ali – observou.

Conforme avaliação do presidente da Federarroz, Valter José Pötter, “a falta de condições para controlar volume e pesagem de produtos na aduana, o que favorece até o contrabando, é uma constatação e uma denúncia antiga”. Ele salienta que a medida atende em parte ao pleito do setor. O dirigente listou outras unidades onde a pesagem não é realizada, como Barra do Quaraí e Santa Vitória do Palmar.

– Em Aceguá, a balança estava avariada. Em São Borja, só há balança no pedágio e a Receita Federal não a utiliza – listou Pötter.

Para ele, dois postos na fronteira com o Uruguai e dois com a Argentina são suficientes para a fiscalização e melhorariam a estrutura para exames fitossanitários, que requerem laboratórios e profissionais especializados.

Conforme Signor, o Mapa estuda a movimentação de produtos argentinos e uruguaios pelos postos e o número ideal para atendimento à demanda.

– Entre os Estados Unidos e o México, por exemplo, onde há grande movimentação, há somente três postos – explica.

O presidente do Sindicato Rural de Itaqui, Pedro Monteiro Neto, no entanto, disse não entender a posição do Mapa ao anunciar o fechamento das unidades de vigilância e o remanejamento de técnicos. Segundo ele, os arrozeiros reivindicam a colocação de uma balança que faça adequada pesagem de produtos oriundos da Argentina ou do Uruguai e que sejam feitos exames fitossanitários mais eficientes.

– Pode ser uma retaliação. O fato é que mais de 80% da economia de Itaqui provém da lavoura arrozeira e que queremos igualdade de condições para produzir – referiu sobre os acordos firmados entre o governo federal e os países do Mercosul.

– Não somos contra acordo algum, desde que possamos produzir e ter retorno, acrescentou.

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