Menos carne e mais frango: preços estão mudando cardápio do brasileiro

O prato típico brasileiro, com arroz, feijão e bife, está mudando. Em uma década o consumo de carne de frango aumentou 26%..

O cardápio típico do brasileiro está mudando. E isso tem a ver com o bolso e com a concorrência. Na hora de fazer companhia para o feijão com arroz, a preferência nacional já não é só pela carne de boi. Arroz, feijão, frango ou carne de porco. "Frango de qualquer jeito, eu gosto muito mesmo", diz uma mulher.

"A carne bovina deu uma subida muito boa e a carne suína está mantendo um preço muito bom para a gente", conta o representante comercial Antonio Carlos Custódio. No restaurante por quilo, a carne de boi tem dividido espaço.

"Antes, se consumia bastante carne bovina e bem menos frango, suíno quase nada. Mas o frango, hoje, em relação à carne bovina, aumentou uns 20% mais ou menos", explica Marilei Travagli, gerente da casa.

Numa rede de supermercados no interior de São Paulo as vendas de carne de porco e de frango deram um salto nos últimos meses. E uma das explicações está no bolso do consumidor.

O quilo da carne bovina de primeira, como patinho e coxão mole, é vendido a quase R$ 20. Já o quilo da bisteca suína custa menos de R$ 7. O da coxa e sobrecoxa de frango: R$ 6,39.

Dona Cícera nem pensou duas vezes antes de comprar pernil, peito de frango e linguiça. "A gente tem que aproveitar o preço da carne de frango e da carne de porco”, afirma ela.

"Na hora da compra, com o orçamento às vezes apertado e essa diferença de preço, ele acaba migrando para outras carnes, para ave, para o suíno, qie está crescendo muito no último ano", garante Eduardo Amaral, gerente de compras.

Aquele prato típico brasileiro, com arroz, feijão e bife, está mudando. Em uma década o consumo de carne de frango aumentou 26%. O da carne suína, 19%.

Já o da carne bovina caiu 10%. O resultado é que hoje o brasileiro consome mais carne de frango do que de boi. E a carne de porco está bem mais companheira do feijão com arroz.

A Associação Brasileira de Proteína Animal diz que o aumento no consumo de carne de frango e de porco também tem a ver com o investimento em genética, na higiene das granjas e na ração. A qualidade da carne melhorou.

Dona Áurea prepara carne de porco quatro vezes por semana. "O pernil, quando sobra, dá para fazer um sanduíche, dá para fazer uma torta. A gente tem que procurar saídas, as mais baratas, e a carne de porco substitui muito bem a carne bovina", afirma ela.

"A proteína tem que estar na mesa. Então, se a pessoa intercalar dois dias de carne vermelha e o restante com frango ou com carne suína, está tranquilo, dá para substituir perfeitamente", ensina a nutricionista Simone Tonelli.

Os açougueiros falam que até na hora fazer o churrasco a carne de porco está levando vantagem. "A picanha bovina está saindo a R$ 40, a picanha suína, a R$ 19,80. É metade do preço”, compara o dono de açougue Odair Pereira.

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