Menos indústrias, mais arroz

RS beneficia mais arroz com menos indústrias.

Levantamento realizado anualmente pela Equipe de Política Setorial do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) demonstra que a cada ano é maior a concentração de indústrias de beneficiamento de arroz no Rio Grande do Sul. O ranking das maiores empresas beneficiadoras de arroz do estado, responsável por 55% da produção brasileira em 2005/2006, é elaborado com base na apuração da Taxa de Cooperação e Defesa da Agricultura (CDO), recolhida pelos beneficiadores gaúchos. Esse dado permite uma estatística muito próxima da realidade. 

O estudo desenvolvido pelo chefe da Equipe de Política Setorial, Victor Hugo Kayser, demonstrou que em 2005 deixaram de funcionar 13 empresas estabelecidas no Rio Grande do Sul, ou 5% das indústrias. Eram 266 e passaram a 253. Como algumas empresas beneficiadoras possuem mais de uma unidade de beneficiamento, este número sobe para 267. Em 2004, eram 280. Ainda assim, a atividade industrial aumentou consideravelmente. 

Em 2005 foram beneficiados 85.817.888 sacos (50 quilos) de arroz em casca (4.290.894,4 toneladas). Esse volume representa 10,62% a mais do que o arroz processado no ano anterior, quando foram beneficiados 77.578.009 sacos (3.878.900,4 toneladas). 

Kayser explica que a redução significativa dos preços de mercado do arroz tem interferência direta no processo. O coordenador do estudo também destaca que muitas empresas prestam serviços de beneficiamento para determinadas marcas de arroz, e como o levantamento é feito levando em conta a indústria que processa o cereal, a despeito da marca comercial, isso pode mascarar a presença de uma ou outra empresa nesse ranking. 

Em que pese o fato do Irga não nominá-las, a SLC Alimentos é uma das empresas nesta situação. A Cooperativa Agrícola Alegretense Ltda (Caal) dirige boa parte de seu processamento às marcas da SLC, por exemplo. 

O estudo também demonstra que 99,9% das indústrias de arroz do Rio Grande do Sul (255) estão localizadas na chamada região orizícola (metade sul). Segundo Kayser, o ranking permite verificar que a concentração do beneficiamento localiza-se na fronteira-oeste (30,4%), seguido da planície costeira interna (19,5%) e da zona sul (19,2%), onde se localizam os maiores engenhos do estado. Do total da safra 2004/2005, foram beneficiados 69% da produção, 7,5% a mais do que em 2004. Os volumes importados não constam do levan-tamento. 

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