Mercado brasileiro do arroz perde força no final de outubro
cenário está um pouco alterado no final do mês. O dólar começou a recuar, encerrando a quinta-feira (30) na casa de R$ 2,10, após ter atingido quase R$ 2,50 durante outubro, no auge da crise financeira global.
O mercado brasileiro de arroz apresentou preços firmes em grande parte de outubro, com a saca de 50 quilos oscilando próxima a R$ 36,00 no Rio Grande do Sul.
– Com a depreciação cambial, nem mesmo a intervenção governamental conseguia segurar a valorização do grão – explica Élcio Bento, analista de SAFRAS & Mercado.
Porém, o cenário está um pouco alterado no final do mês. O dólar começou a recuar, encerrando a quinta-feira (30) na casa de R$ 2,10, após ter atingido quase R$ 2,50 durante outubro, no auge da crise financeira global.
– Outro fator de pressão é o limite de crédito causado pelas incertezas em relação à economia global, que leva o produtor a ofertar um pouco mais para arcar com os custos do plantio – explica Bento.
No último leilão de arroz em casa de estoques públicos, realizado no dia 29, o preço médio ficou bem abaixo do praticado no mercado, o que ligou um sinal de alerta ao rizicultor. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 94,01% das 50.079 toneladas ofertadas no aviso 379, o equivalente a 47.080 toneladas. A operação envolveu R$ 28.461.784,36. A média simples ficou em R$ 28,82 pela saca de 50 quilos e, a ponderada, em R$ 30,22.
Com isso, o setor se organizou e solicitou a suspensão das operações, para que seja avaliado o impacto das ofertas governamentais no mercado. Deu resultado. O Ministério da Agricultura determinou nesta quinta-feira o cancelamento do novo leilão de arroz, que seria realizado no dia 4 de novembro.
A operação programada para a próxima terça-feira, com a oferta de mais 50 mil toneladas (lançada antes da realização do último leilão), contrariou a proposta apresentada pelo setor orizícola, em reunião da Câmara Setorial Nacional do Arroz, realizada no dia 16 de outubro de 2008, em Brasília.
Segundo o diretor Comercial do Irga, Rubens Silveira, a união de toda a Cadeia Produtiva do Arroz foi fundamental para que o governo reavaliasse a política de intervenção no mercado, “evitando maiores transtornos e desestímulo à produção do cereal”, afirmou.